Fabricantes chineses reconsideram transferência para o Sudeste Asiático após tarifas de Trump
Exportadores chineses reconsideram investimentos no exterior devido a novas tarifas dos EUA, que podem chegar a 40% sobre produtos "transbordados"

Profissional trabalha na linha de produção de uma fábrica no interior da China (Foto: CHINA STRINGER NETWORK - 27.out.18/Reuters)
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Exportadores chineses estão repensando seus investimentos em fábricas no exterior devido a novas tarifas dos EUA que podem chegar a 40% sobre mercadorias "transbordadas" da China. Essa mudança ocorre em um contexto onde, nos últimos anos, muitos fabricantes haviam direcionado bilhões de dólares para o Sudeste Asiático, buscando minimizar a exposição às tarifas americanas após a guerra comercial iniciada por Donald Trump.
As tarifas sobre produtos chineses foram reduzidas para 30% em meio a negociações comerciais, mas novas taxas sobre países do Sudeste Asiático variam de 10% a 40%. Embora as tarifas na região ainda sejam, em sua maioria, mais baixas que as aplicadas à China, a pressão tarifária está forçando uma reavaliação das cadeias de suprimentos. Louise Loo, economista da Oxford Economics, afirmou que a estratégia "China mais um" enfrentará tremenda pressão, levando algumas empresas a considerar o retorno à China.
A incerteza tarifária está afetando as decisões de compra. Lin Sijie, representante da Minyuan Footwear, relatou que clientes hesitam em fazer pedidos no Camboja devido ao impacto das tarifas. Richard Laub, CEO da Dragon Sourcing, observou uma diminuição no interesse de clientes americanos em buscar novos fornecedores na região, preferindo aguardar a evolução das negociações entre Washington e Pequim.
Mudanças nas Cadeias de Suprimentos
As tarifas sobre transbordo estão complicando ainda mais a situação. Bryant Chan, presidente da Wynnewood Corp, destacou que a necessidade de transferir processos de produção para países como a Indonésia está aumentando os custos, enquanto os compradores esperam que ele absorva essas novas tarifas. Para indústrias como têxteis, a China ainda mantém uma vantagem tecnológica significativa, dificultando a competição.
Zhao Fen, proprietária de fábricas de brinquedos em Dongguan, observou que muitos colegas que se mudaram para o Vietnã agora enfrentam arrependimentos devido a custos crescentes e tarifas mais altas. Enquanto isso, Adam Fazackerley, da Lay N' Go, mencionou que a transferência de pedidos para o Camboja resultou em perda de flexibilidade e eficiência.
A situação atual revela um cenário complexo para os exportadores chineses, que agora enfrentam um dilema entre manter operações na China ou buscar alternativas no exterior, com custos e incertezas crescentes em ambos os lados.
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