Goldman prevê três cortes de juros pelo Fed até o final do ano; entenda os motivos

O Federal Reserve (Fed) deve implementar três cortes consecutivos de 25 pontos-base na taxa de juros até dezembro, conforme previsão do economista Jan Hatzius, do Goldman Sachs. As reduções estão previstas para setembro, outubro e dezembro, totalizando uma diminuição de 75 pontos-base até o final do ano. Essa expectativa surge em meio a sinais de desaceleração no mercado de trabalho e crescimento econômico próximo da estagnação.

Os dados de emprego divulgados recentemente indicam que a taxa de desemprego subiu de 4,1% no primeiro trimestre para 4,248% em julho. O crescimento mensal do emprego, que era de 206 mil novas vagas, caiu drasticamente para apenas 28 mil no mesmo período. O Goldman Sachs estima que o ponto de equilíbrio do mercado de trabalho exige cerca de 90 mil novas vagas por mês. A revisão das projeções reflete dados mais fracos em julho e ajustes nos números de maio e junho pelo Bureau of Labor Statistics (BLS).

Cenário Econômico

O relatório do Goldman Sachs destaca que as revisões negativas nos dados de emprego costumam ocorrer em períodos de enfraquecimento econômico. Isso se deve ao fato de que empresas que respondem tardiamente às pesquisas são frequentemente as que enfrentam cortes. Além disso, a atividade econômica está desacelerando, com o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA crescendo apenas 1,2% no primeiro semestre de 2023, abaixo do potencial estimado.

O presidente do Fed, Jerome Powell, adotou um tom cauteloso em coletiva após a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Embora não tenha sinalizado claramente a decisão de setembro, mencionou os riscos relacionados ao emprego em várias ocasiões, reforçando a visão do Goldman Sachs sobre a possibilidade de cortes na taxa de juros.

Expectativas Futuras

Além dos cortes previstos para este ano, o Goldman Sachs também antecipa mais dois cortes de 25 pontos-base no primeiro semestre de 2026. Um corte maior, de 50 pontos-base, em setembro não está descartado, especialmente se o relatório de emprego de agosto indicar uma nova alta na taxa de desemprego.

A sucessão no Fed também está em pauta, com o fim do mandato de uma das governadoras, permitindo que o ex-presidente Donald Trump nomeie um novo membro. Se a confirmação ocorrer rapidamente, o novo integrante poderá participar da reunião de setembro do FOMC, o que é significativo, pois pode influenciar a liderança do Fed, atualmente sob a presidência de Powell, cujo mandato termina em maio de 2026.