Custo elevado do crédito impede crescimento do mercado imobiliário, revela pesquisa
Líderes do setor imobiliário pedem ao Banco Central medidas urgentes para aumentar o crédito e impulsionar o programa Minha Casa, Minha Vida

Bairro do Rio Pequeno, na zona oeste de São Paulo (Foto: Rafaela Araújo/Folhapress)
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O setor imobiliário brasileiro enfrenta desafios significativos devido ao alto custo do crédito e às taxas de juros elevadas, que dificultam lançamentos e a viabilidade de novos empreendimentos. Durante um webinar realizado em 6 de setembro, Luiz França, presidente da Abrainc, e Fábio Araújo, presidente da Brain Inteligência Estratégica, destacaram que a taxa de juros é a principal barreira para o setor, com 55% dos incorporadores reconhecendo essa dificuldade.
Para viabilizar novos projetos, 82% dos profissionais do mercado acreditam que as taxas devem ficar abaixo de 12%. Contudo, as projeções da Selic para dezembro de 2026 indicam que essa meta pode não ser alcançada. Araújo enfatizou que uma taxa de juros mais baixa é crucial para aumentar o número de compradores de imóveis.
Alternativas de Captação
Diante da escassez de recursos, o setor busca alternativas junto a autoridades e novas fontes de captação. A caderneta de poupança, tradicional fonte de crédito imobiliário, tem visto seu volume diminuir, levando os bancos a buscar outras opções, como as LCIs, que encarecem o financiamento. França apontou que o mercado de capitais é uma alternativa promissora, permitindo que as incorporadoras reduzam a dependência de instituições financeiras tradicionais.
A pesquisa da Brain revelou que 54% das empresas consideram o mercado de capitais uma opção viável, embora a maioria nunca tenha utilizado essa alternativa. A securitização também é vista como uma forma de desintermediação financeira, permitindo que as empresas vendam financiamentos diretamente aos compradores finais.
Propostas ao Banco Central
Em busca de um financiamento mais acessível, a Abrainc apresentou propostas ao Banco Central para liberar parte do compulsório da caderneta de poupança. Atualmente, 65% dos R$ 800 bilhões da poupança são obrigatórios para crédito imobiliário. A proposta sugere liberar 5% desse montante, o que poderia injetar cerca de R$ 35 bilhões no mercado.
Além disso, a nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida, que atende rendas entre R$ 8.000 e R$ 12 mil, é vista como uma grande oportunidade. Quase 60% das grandes empresas planejam atuar nesse segmento em até 12 meses, contribuindo para a inclusão social e a redução do déficit habitacional. A Caixa Econômica Federal continua sendo um player fundamental, especialmente com sua ferramenta de apoio à produção, que permite que os incorporadores recebam recursos conforme as vendas ocorrem.
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