Estados exportadores para os EUA criam pacotes próprios para enfrentar tarifas altas
Governo federal avalia socorro de R$ 25,8 bilhões enquanto estados anunciam pacotes de alívio para empresas exportadoras afetadas

Um trabalhador colhe grãos de café, diretamente afetado pelo tarifaço, em uma plantação no estado de Minas Gerais (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)
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O governo federal brasileiro está considerando um plano de socorro para setores impactados pelas altas tarifas impostas por Donald Trump, que podem reduzir o PIB em R$ 25,8 bilhões. Enquanto isso, cinco estados, incluindo São Paulo e Goiás, já anunciaram pacotes de alívio para empresas exportadoras.
As medidas estaduais incluem linhas de crédito emergenciais com juros subsidiados, criação de fundos e pagamento de créditos retidos de ICMS. O impacto das tarifas varia conforme o estado, com o Ceará e o Espírito Santo entre os mais vulneráveis, dado que 44,9% das exportações cearenses têm como destino os EUA, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
São Paulo, o maior exportador para os EUA, criou uma linha de crédito de R$ 400 milhões e liberou R$ 1,5 bilhão em créditos de ICMS para exportadores. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) destacou a importância dessas medidas após tentativas de negociação com os EUA. Goiás, por sua vez, anunciou um programa de R$ 628 milhões em apoio a empresas exportadoras, enquanto Minas Gerais disponibilizou R$ 200 milhões em crédito.
Medidas em Outros Estados
No Paraná, onde o setor madeireiro é crucial, o governo estruturou linhas de financiamento de R$ 400 milhões. O Rio Grande do Sul também lançou um programa de R$ 100 milhões para empresas que exportaram para os EUA. O Ceará, apesar de ser um dos principais exportadores de pescado, ainda não detalhou seu pacote de medidas, mas o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou auxílio financeiro e aumento de incentivos fiscais.
Os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo ainda não apresentaram ações específicas, mas estão avaliando os impactos das tarifas. O governo fluminense formou um grupo de trabalho para discutir soluções, enquanto o capixaba criou um comitê para lidar com as consequências.
Marcelo Vitali, diretor da consultoria How2Go, enfatiza que as políticas estaduais e o programa federal devem ser complementares, sugerindo uma coordenação mais eficaz para o comércio exterior. Santa Catarina e Paraíba também estão desenvolvendo planos de mitigação, com Santa Catarina prometendo um anúncio até esta sexta-feira.
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