Restrições de visto ameaçam carreiras científicas de pesquisadores no Brasil

A imigração e a concessão de vistos para estudantes internacionais nos EUA enfrentam um cenário complicado, especialmente após a reeleição de Donald Trump em novembro de 2024. A biogeocientista iraniana Fatemeh Ajallooeian teve seu visto suspenso devido a novas proibições de viagem, refletindo as dificuldades enfrentadas por pesquisadores internacionais. Em agosto de 2024, ela solicitou um visto J para realizar pesquisas de paleoclima na Universidade de Harvard, mas a inclusão do Irã na lista de restrições de viagem em junho complicou sua situação.

A situação de Ajallooeian é emblemática das incertezas que afetam acadêmicos internacionais. Desde a reeleição de Trump, houve um aumento nas restrições de vistos, com a suspensão de entrevistas para estudantes entre maio e junho de 2025, período crítico para novos alunos. Estima-se que até 150 mil estudantes internacionais possam não chegar aos EUA neste outono, resultando em uma perda econômica de até US$ 7 bilhões e a possível eliminação de 60 mil empregos.

Além dos EUA, outros países como Canadá, Austrália e Reino Unido também enfrentam desafios semelhantes. Enquanto alguns países tentam atrair talentos internacionais com políticas de vistos mais flexíveis, os EUA adotam uma abordagem mais rigorosa. A pressão sobre os estudantes internacionais é intensa, com muitos relatando ansiedade e dificuldades financeiras relacionadas ao processo de renovação de vistos.

A situação é agravada por políticas que visam restringir a imigração, como a análise das redes sociais de visitantes e a revogação de vistos. A incerteza sobre a chegada de estudantes internacionais está afetando as universidades, que se veem obrigadas a ajustar suas ofertas acadêmicas. Especialistas alertam que essa abordagem pode prejudicar a posição dos EUA como líder em pesquisa e inovação, criando um ambiente hostil para talentos globais.