26 de jul 2025
Heller-Lopes apresenta Puccini e Strauss em espetáculo marcante no Theatro Municipal
Theatro Municipal de São Paulo apresenta óperas de Puccini e Strauss, destacando inovação cênica e performances impactantes.

Gabriella Pace em 'As Bruxas' (Foto: Rafael Salvador/TMSP)
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Recentemente, o Theatro Municipal de São Paulo apresentou um programa duplo com as óperas "As Bruxas" de Puccini e "Um Dia de Paz" de Strauss, sob a direção de André Heller-Lopes. As performances, que ocorreram no dia 27 de agosto, destacaram-se pela inovação na cenografia e interpretação musical.
A encenação de Heller-Lopes trouxe uma nova perspectiva para "As Bruxas", situando a trama em um ambiente contemporâneo, com iluminação fria e figurinos inspirados nos anos 1930. A história gira em torno de Roberto, que se vê envolvido em um dilema que o afasta de seu casamento com Anna, levando-a à morte por depressão. A vingança das bruxas, ou Villi, culmina em um desfecho trágico.
Interpretações Notáveis
As performances foram marcadas por vozes poderosas. A soprano Daniela Tabernig destacou-se em ambos os papéis, trazendo uma interpretação emocional e técnica. O tenor Eric Herrero também se destacou como Roberto, embora sua atuação cênica tenha apresentado alguns maneirismos. O barítono Rodrigo Esteves teve um desempenho notável como Guglielmo, enquanto Gabriella Pace e Leonardo Neiva brilharam em seus respectivos papéis.
A regência de Priscila Bomfim foi elogiada, especialmente na complexa partitura de "Um Dia de Paz". A orquestra enfrentou desafios, mas manteve um equilíbrio admirável entre vozes e instrumentos, permitindo que os coadjuvantes também se destacassem.
Temas e Contexto
As duas óperas, apesar de suas diferenças, exploram temas de traição e paz. A conexão entre as obras é reforçada pela abordagem de Heller-Lopes, que evita julgamentos morais sobre os compositores. A encenação de "Um Dia de Paz" retrata um exército sitiado, onde o Comandante enfrenta a pressão da população para aceitar a rendição após anos de conflito.
O clamor pela paz ao final da apresentação ressoou na plateia, que aplaudiu antes mesmo do término da última peça. A decisão de Heller-Lopes em destacar a mensagem pacifista de Strauss foi um ponto alto da noite, consolidando a relevância emocional da música operística.
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