Giorgia Meloni se destaca como aliada de Trump em meio a crises na Europa

Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, elogiou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, como uma “mulher fantástica” após um encontro em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, no início de janeiro. Meloni destacou a intenção de estabelecer um relacionamento “muito sólido” e “privilegiado”, o que pode influenciar o diálogo entre os EUA e a União Europeia (UE) durante o segundo mandato de Trump. A aproximação ocorre em um momento em que Alemanha e França enfrentam crises internas, permitindo que Meloni se posicione como uma líder influente no bloco.

Durante a posse de Trump, Meloni se comprometeu a atuar como uma ponte entre a nova administração americana e a Europa. Recentemente, ela defendeu Trump em relação a comentários sobre a anexação de territórios, considerando-os uma “mensagem contundente” a grandes potências globais. Apesar de manter boas relações com o ex-presidente Joe Biden, a sintonia política entre Meloni e Trump é evidente, especialmente em temas como imigração irregular, que é central nas agendas de ambos.

Entretanto, a relação pode enfrentar desafios, como a proposta de Trump de impor tarifas sobre exportações para os EUA, que Meloni já criticou. O professor Daniele Albertazzi alertou que Meloni terá que fazer escolhas difíceis, especialmente em relação a questões que ela prefere evitar, como as tarifas e a guerra na Ucrânia. Enquanto Meloni apoia firmemente a Ucrânia, Trump critica a abordagem da OTAN e sugere que os aliados europeus aumentem seus investimentos em defesa.

Além disso, a relação entre Meloni e Trump é influenciada pelo contexto político europeu, com a Alemanha e a França enfrentando crises. Leila Talani, do King’s College, observou que Meloni é atualmente a única opção viável para Trump na Europa. A proximidade de Meloni com Elon Musk, que também é aliado de Trump, pode complicar sua posição, especialmente devido às polêmicas geradas por Musk em relação a líderes europeus. Meloni, no entanto, defendeu o direito de Musk de expressar suas opiniões, destacando a necessidade de observar a política europeia para entender sua crescente influência no bloco.