06 de mar 2025
China intensifica presença naval no Pacífico e preocupa aliados dos EUA
Navios de guerra chineses realizam exercícios perto da Austrália, alarmando aliados. A administração Trump pressiona países a aumentar gastos militares, gerando incertezas. China afirma que suas ações estão dentro da legalidade internacional, desafiando críticas. AUKUS, acordo de segurança entre EUA, Reino Unido e Austrália, ganha relevância. Japão e Coreia do Sul expressam preocupação com a postura dos EUA e China na região.
Foto:Reprodução
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Nos últimos três semanas, navios de guerra chineses têm contornado a costa da Austrália, passando a menos de 200 milhas de Sydney e realizando exercícios de tiro ao alvo sem precedentes em parceria com a Nova Zelândia. Essas manobras, que ocorreram sem aviso formal, geraram preocupação em ambos os países, evidenciando que o poderio militar da China não se limita mais às águas distantes do Mar do Sul da China ou do Estreito de Taiwan, mas se torna uma realidade próxima. Além disso, navios chineses foram avistados perto do Vietnã e de Taiwan, demonstrando a força naval da China na região do Pacífico, o que frequentemente inquieta os aliados dos Estados Unidos.
A China defendeu suas ações, afirmando que está em conformidade com o direito internacional e sugerindo que os países ocidentais devem se acostumar com a presença de seus navios nas águas próximas. O embaixador chinês na Austrália, Xiao Qian, declarou que a presença de navios é normal para uma potência regional. Enquanto isso, a Austrália tem monitorado de perto esses movimentos, com o ministro da Defesa, Richard Marles, afirmando que os dados coletados serão analisados para entender as intenções da China. A situação se complica com a incerteza sobre o compromisso dos Estados Unidos com a segurança regional, especialmente após a recente suspensão de ajuda militar à Ucrânia por parte do presidente Donald Trump.
A relação entre os Estados Unidos e seus aliados na região do Pacífico está sob tensão, com muitos se perguntando se Washington ainda está disposto a garantir segurança diante da agressão chinesa. Collin Koh, pesquisador da Escola de Estudos Internacionais S. Rajaratnam, levantou questões sobre o que os aliados podem esperar da administração Trump em termos de compromisso com a segurança regional. A percepção de que os Estados Unidos podem não estar tão comprometidos quanto antes leva países como Austrália e Nova Zelândia a reconsiderar seus orçamentos de defesa e fortalecer alianças regionais.
Enquanto isso, a presença de navios chineses também reacendeu discussões sobre o acordo de segurança AUKUS entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos. Apesar das incertezas sobre o apoio da administração Trump a esse pacto, a Austrália já fez um pagamento inicial de R$ 500 milhões para aumentar a produção de submarinos americanos. A situação no Pacífico é um teste de determinação, com especialistas afirmando que a China está buscando estabelecer uma esfera de influência na região, enquanto os aliados dos EUA tentam se adaptar a um novo cenário geopolítico.
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