16 de mar 2025
Relação entre Espanha e Estados Unidos enfrenta incertezas após era Trump
A relação entre Espanha e Estados Unidos é historicamente marcada por desconfiança. Mudanças na postura de Donald Trump geram incertezas sobre a cooperação militar. O sentimento antiamericano cresce na Espanha, afetando a confiança bilateral. Pactos de Madrid de 1953 solidificaram a aliança militar, mas agora são questionados. Estudo revela que 39% dos espanhóis veem a influência dos EUA como negativa.
Foto:Reprodução
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A relação entre Espanha e Estados Unidos tem sido marcada por uma história de desconfiança e fascínio, conforme evidenciado por declarações de figuras históricas. Em 1783, o conde de Aranda previu que a jovem república americana se tornaria um "coloso temível", enquanto, em 1955, Félix Gordón Ordás expressou sua decepção com os Pactos de Madrid, que estabeleceram uma aliança militar entre o regime franquista e os EUA. Esses eventos refletem um padrão de dependência e ressentimento, especialmente após a guerra de 1898, quando os EUA derrotaram a Espanha e tomaram suas colônias.
Os Pactos de Madrid, firmados em 1953, foram um marco na relação bilateral, permitindo que os EUA se estabelecessem militarmente em várias bases na Espanha em troca de apoio financeiro. Essa aliança se consolidou ao longo das décadas, com a entrada da Espanha na OTAN em 1982, reforçando a colaboração militar e econômica. Apesar de tensões, como a retirada das tropas do Iraque em 2004, a cooperação militar se manteve, com a Espanha oferecendo apoio logístico em diversas operações.
Entretanto, a era Trump trouxe incertezas à relação, especialmente com sua postura de desinteresse pela União Europeia e ameaças tarifárias. Daniel Fernández, professor da UC3M, argumenta que a falta de compromisso militar dos EUA sob Trump pode ser um "ponto de não retorno" para a confiança entre os países. A percepção negativa da influência americana cresceu na Espanha, com 39% da população considerando-a desfavorável, refletindo um aumento do antiamericanismo, que antes era mais forte entre os conservadores.
A pesquisadora Carlota García Encina destaca que, apesar das dificuldades, a geopolítica não é um jogo de soma zero e que a relação com os EUA não deve ser descartada. Ela acredita que a Espanha ainda pode encontrar formas de melhorar sua posição, mesmo em um cenário de bilateralismo exacerbado por Trump. No entanto, a complexidade da relação, marcada por um histórico de desconfiança e interesses divergentes, continua a desafiar a colaboração entre os dois países.
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