24 de mai 2025
Israel é acusado de usar palestinos como escudos humanos em Gaza
Soldados israelenses e ex prisioneiros palestinos denunciam uso sistemático de palestinos como escudos humanos, configurando crime de guerra.
Foto:Reprodução
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Soldados israelenses e ex-prisioneiros palestinos relataram à agência de notícias Associated Press (AP) que o uso de palestinos como escudos humanos pelas Forças Armadas de Israel é uma prática sistemática na Faixa de Gaza. A denúncia, publicada neste sábado (24), aponta que essa conduta é considerada um crime de guerra de acordo com a Convenção de Genebra e foi proibida por uma decisão da Justiça israelense.
Os relatos indicam que os militares frequentemente vestem prisioneiros palestinos com uniformes e capacetes equipados com câmeras, enviando-os para verificar a presença de explosivos ou combatentes do Hamas em áreas de risco. Segundo os soldados entrevistados, essa prática se tornou comum na Faixa de Gaza e começou a ser observada também na Cisjordânia, onde as operações militares israelenses se intensificaram.
Em resposta às acusações, o Exército israelense afirmou que o uso de escudos humanos é proibido e que investigações sobre casos específicos estão em andamento. Contudo, a AP apurou que ordens para essa prática muitas vezes partem de altos comandos militares. Um soldado, que pediu anonimato, revelou que, em um determinado momento, todo o batalhão utilizava prisioneiros palestinos para localizar armadilhas antes de entrar em áreas perigosas.
Acusações e Consequências
Um dos palestinos entrevistados pela AP relatou que, durante 17 dias, o único momento em que não estava algemado e com os olhos vendados era quando era usado como escudo humano. Ele afirmou que recebeu ameaças de morte caso não obedecesse às ordens dos soldados. Grupos de direitos humanos em Israel têm denunciado essa prática há décadas, e uma decisão da Suprema Corte em 2005 já havia proibido o uso de escudos humanos.
Soldados mencionaram que o termo "mosquito" é utilizado como código para referir-se a esses escudos humanos. Um comandante de brigada teria sugerido que seus subordinados "pegassem um mosquito na rua", uma expressão que se tornou amplamente compreendida entre as tropas. Além disso, a prática é vista como uma forma de economizar munição e acelerar operações, embora tenha resultado na morte de pelo menos um escudo humano, confundido com um membro do Hamas por soldados de outra unidade.
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