Shaikha Al Nowais é eleita a primeira mulher a liderar a ONU Turismo em 50 anos

Shaikha Al Nowais foi eleita a primeira mulher a liderar a Organização Mundial do Turismo (OMT) em cinquenta anos, sucedendo Zurab Pololikashvili. A nova secretária-geral assume o cargo em janeiro de 2026, com mandato até 2029. Ela se compromete a priorizar a sustentabilidade, a inclusão e a adaptação às mudanças climáticas.

Em entrevista à EXAME, Shaikha afirmou: “O turismo global não pode continuar consumindo sem devolver. Vou implementar modelos que protejam os ecossistemas enquanto expandem as oportunidades.” Com duas décadas de experiência em turismo sustentável, ela é vice-presidente da Rotana, uma das principais redes hoteleiras do Oriente Médio e África. Shaikha também preside o Grupo de Trabalho de Turismo da Câmara de Comércio de Abu Dhabi.

A aprovação formal de sua nomeação ocorrerá em uma Assembleia Geral em novembro, na Arábia Saudita. O processo eleitoral foi realizado na Espanha, com a participação de trinta e cinco países. A nova liderança busca transformar o setor, que já registrou 300 milhões de turistas viajando internacionalmente nos primeiros três meses de 2025.

Foco em Sustentabilidade

Shaikha Al Nowais planeja criar incentivos fiscais para práticas sustentáveis e democratizar o acesso à tecnologia no turismo. “A infraestrutura deve ser feita para que uma iniciativa na Romênia ou Bósnia possa acessar os mesmos recursos que uma empresa em Paris,” destacou. Ela enfatiza a importância de um turismo que beneficie as comunidades locais e conserve a natureza.

O Brasil, que sediará a COP30 em Belém do Pará, será central na estratégia de Shaikha. “É fundamental explorar os potenciais da biodiversidade e trabalhar no que é mais atrativo para os turistas,” afirmou. Em 2024, o setor de turismo brasileiro movimentou R$ 207 bilhões, com 25,5 milhões de visitantes explorando Unidades de Conservação.

A nova secretária-geral se propõe a atuar em três pilares: sustentabilidade regenerativa, infraestrutura digital inclusiva e reforma da governança da OMT. A abordagem inclui a defesa dos direitos de comunidades indígenas e lideranças locais, visando um turismo mais justo e sustentável.