11 de jul 2025
Crimes de guerra são prováveis na região de Darfur, aponta CPI
Conflito em Darfur provoca mais de 150 mil mortes e 12 milhões de deslocados, enquanto o TPI reabre investigações sobre crimes de guerra.

12 milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito no oeste do Sudão (Foto: Reuters)
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A região de Darfur, no Sudão, enfrenta uma nova onda de violência desde abril de 2023, quando o exército sudanês entrou em conflito com as Forças de Apoio Rápido (RSF). O Tribunal Penal Internacional (TPI) alertou que há "fundamentos razoáveis" para acreditar que crimes de guerra e contra a humanidade estão sendo cometidos, incluindo violência sexual direcionada a mulheres e meninas de etnias específicas.
A guerra resultou em uma crise humanitária devastadora, com mais de 150 mil mortes e cerca de 12 milhões de deslocados. A procuradora adjunta do TPI, Nazhat Shameem Khan, destacou a profundidade do sofrimento na região, afirmando que é "difícil encontrar palavras apropriadas" para descrever a situação. O TPI, que recebeu mandato da ONU para investigar crimes em Darfur há duas décadas, reabriu investigações em 2023, entrevistando vítimas que fugiram para o Chade.
Crise Humanitária
As condições em Darfur estão se deteriorando rapidamente. Relatos da ONU indicam que hospitais e convênios humanitários estão sendo atacados, enquanto alimentos e água são deliberadamente retidos. Civis na capital El-Fasher estão completamente isolados de ajuda devido ao cerco armado das RSF. Além disso, um surto de cólera nas zonas de conflito agrava a escassez de água.
A UNICEF informou que mais de 40 mil crianças foram tratadas por desnutrição aguda severa entre janeiro e maio de 2025, um número mais que dobrado em relação ao ano anterior. Sheldon Yett, da UNICEF, afirmou que "crianças em Darfur estão sendo fomeadas pelo conflito e cortadas da ajuda que poderia salvá-las".
A situação continua a se agravar, e a procuradora Khan alertou que "não devemos ter a ilusão de que as coisas não podem piorar". As RSF negam as alegações de genocídio, descrevendo o conflito como uma disputa tribal.
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