17 de jul 2025
Azerbaijão e Armênia intensificam tensões em disputa territorial no Cáucaso
Armênia enfrenta crise humanitária com mais de 50 mil refugiados do Nagorno Karabakh após ofensiva do Azerbaijão, enquanto alianças regionais se reconfiguram.

Caminhão com refugiados do Nagorno-Karabakh chega à Armênia, 25 de setembro de 2023. (Foto: anna Heitmann/The New York Times)
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A Armênia recebeu mais de 50 mil refugiados do Nagorno-Karabakh desde a ofensiva militar do Azerbaijão em setembro de 2023. O enclave, de maioria armênia, foi rapidamente dominado pelo governo azerbaijano, levantando preocupações sobre a proteção russa e a crescente influência da Turquia na região.
A ofensiva azerbaijana, que começou em 19 de setembro, foi descrita como uma ação contra o terrorismo. Em um único dia, os armênios étnicos perderam o controle do território, resultando em um fluxo massivo de refugiados. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, alertou para a possibilidade de uma "limpeza étnica" se mecanismos de proteção não forem implementados.
Mudanças Geopolíticas
A perda do Nagorno-Karabakh desafia a influência da Rússia, que, após a guerra na Ucrânia, parece menos capaz de garantir a segurança da Armênia. A presença militar russa na região, estabelecida após o cessar-fogo de 2020, não impediu a escalada do conflito. A Armênia, que busca se distanciar de Moscou, está reavaliando suas alianças, incluindo uma aproximação com a Turquia.
O Azerbaijão, apoiado por Ancara, consolidou sua posição como uma potência regional. A Turquia, sob o comando de Recep Tayyip Erdogan, tem adotado uma política externa assertiva, fornecendo apoio militar ao Azerbaijão. Essa nova dinâmica geopolítica pode alterar o equilíbrio de poder no Cáucaso, onde os interesses ocidentais também estão em jogo.
Desdobramentos e Consequências
A crise humanitária se agrava com a chegada contínua de refugiados armênios à Armênia. O governo armênio enfrenta protestos internos, com cidadãos exigindo respostas sobre a falha em proteger o Nagorno-Karabakh. Enquanto isso, o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, declarou que "Karabakh é Azerbaijão", reafirmando a soberania do país sobre a região.
A situação no Cáucaso continua a evoluir, com a União Europeia buscando mediar negociações e enviar observadores para a fronteira. A Armênia, por sua vez, tenta garantir sua segurança em meio a um cenário de crescente instabilidade e reconfiguração das alianças regionais.


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