El Salvador troca imigrantes por americanos detidos na Venezuela

El Salvador anunciou a libertação de mais de 200 venezuelanos em troca da soltura de 10 cidadãos americanos detidos na Venezuela. O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, revelou a troca nesta sexta-feira, 18, destacando que as negociações com o regime de Nicolás Maduro duraram meses.

Bukele afirmou que muitos dos detidos enfrentavam acusações graves, como assassinato e roubo. No entanto, uma investigação do The New York Times contradiz essa afirmação, indicando que apenas 32 dos homens tinham acusações criminais claras. O presidente salvadorenho enfatizou que a operação foi um esforço conjunto entre autoridades dos Estados Unidos e de El Salvador.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou que os dez americanos estão a caminho da liberdade e agradeceu a Bukele pela mediação. A troca também incluiu a libertação de prisioneiros políticos venezuelanos, que estavam detidos por anos. Bukele descreveu a negociação como desafiadora, dado que o regime venezuelano relutava em liberar seus "ativos mais valiosos".

Contexto das Detenções

As tensões entre os EUA e a Venezuela aumentaram, com Washington acusando o governo de Maduro de usar os americanos como moeda de troca. Entre os detidos, destaca-se Lucas Hunter, que foi preso após viajar à Colômbia. Desde o final do ano passado, Caracas tem detido cidadãos americanos, intensificando as negociações.

Além disso, a ONG Foro Penal reporta que existem atualmente 948 prisioneiros políticos na Venezuela, incluindo 88 estrangeiros. As famílias dos venezuelanos detidos em El Salvador têm pressionado por meses pela libertação, organizando protestos em Caracas.

Acusações e Direitos Humanos

O governo dos EUA, sob a administração de Donald Trump, foi criticado por deportações sem o devido processo legal. A administração alegou que muitos deportados eram membros da gangue Tren de Aragua, mas não apresentou provas substanciais. Maduro, por sua vez, denunciou violações de direitos humanos, acusando os EUA de sequestrar crianças venezuelanas durante deportações.

A complexidade das relações entre os Estados Unidos e a Venezuela continua a ser um fator importante nas negociações. A libertação dos prisioneiros representa um passo significativo em um contexto de relações diplomáticas conturbadas.