29 de jul 2025
França classifica violência de colonos israelenses como terrorismo após assassinato de ativista
França condena assassinato de ativista palestino e promove conferência na ONU para reconhecimento do Estado palestino em meio a crise humanitária.

Colonos israelenses mascarados atiram pedras em palestinos do topo de uma colina na vila de Sinjil, na Cisjordânia ocupada, em 4 de julho (Foto: John Wessels/AFP)
Ouvir a notícia:
França classifica violência de colonos israelenses como terrorismo após assassinato de ativista
Ouvir a notícia
França classifica violência de colonos israelenses como terrorismo após assassinato de ativista - França classifica violência de colonos israelenses como terrorismo após assassinato de ativista
O Ministério das Relações Exteriores da França condenou o assassinato do ativista palestino Awdah Muhamad Hathaleen, ocorrido na Cisjordânia. O governo francês classificou a violência de colonos israelenses como “atos de terrorismo”. Hathaleen, conhecido por sua colaboração no documentário vencedor do Oscar No Other Land, foi morto em um contexto de crescente violência e deslocamentos forçados de palestinos.
A condenação da França se dá em meio a uma pressão internacional crescente sobre Israel, especialmente pela situação humanitária na Faixa de Gaza. A ONU alertou que o número de palestinos forçados a deixar suas casas na Cisjordânia atinge níveis alarmantes, com cerca de 30 mil pessoas expulsas desde o início da operação Muro de Ferro em janeiro. O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Thamim al-Khitan, destacou que as forças israelenses têm utilizado munição real contra civis desarmados.
Conferência na ONU
A declaração da França foi feita um dia após a abertura de uma conferência na ONU, promovida em conjunto com a Arábia Saudita, com o objetivo de impulsionar o reconhecimento do Estado palestino. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, reiterou que apenas uma solução política de dois Estados pode atender às aspirações de israelenses e palestinos. O chanceler saudita, príncipe Faisal bin Farhan al-Saud, anunciou a intenção de aprovar a transferência de US$ 300 milhões para mitigar a crise humanitária em Gaza e na Cisjordânia.
Delegações de 16 países, incluindo Reino Unido e União Europeia, participam do encontro. A pressão sobre o governo britânico para reconhecer a Palestina cresce, com mais de 220 deputados solicitando um compromisso formal com a solução de dois Estados. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, planeja discutir a questão com o presidente americano, Donald Trump, enfatizando a necessidade de ajuda humanitária.
Reações e Críticas
A iniciativa franco-saudita enfrentou críticas de Israel. O embaixador israelense na ONU, Danny Damon, afirmou que a conferência não promove soluções e que o foco deve ser a libertação de reféns e a destruição da infraestrutura do Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou a decisão de Macron como um “prêmio ao terrorismo”.
Enquanto isso, a crise humanitária em Gaza se intensifica, com alertas sobre o risco de fome em larga escala. Organizações de direitos humanos, como B’Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos, afirmaram que Israel está cometendo genocídio na região, exigindo uma intervenção dos aliados ocidentais.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.