29 de jul 2025
Soldados russos são enganados e roubados ao retornar da guerra na Ucrânia
Soldados russos enfrentam corrupção e fraudes ao retornar da guerra na Ucrânia, comprometendo promessas de apoio do governo.

Nikita Khursa e sua esposa Oksana esperavam comprar um apartamento com o dinheiro que ele ganhou lutando pela Rússia (Foto: BBC)
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Desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin tem promovido o aumento do exército, oferecendo incentivos financeiros para atrair voluntários, especialmente de áreas mais empobrecidas. No entanto, muitos soldados que retornam do conflito enfrentam roubos e fraudes por parte de oficiais, com relatos de salários desviados e subornos.
Um caso emblemático é o de Nikita Khursa, um soldado que perdeu 2,66 milhões de rublos (cerca de 24 mil libras) para policiais corruptos após ser ferido em combate. Ele se alistou na guerra em busca de uma vida melhor, atraído por promessas de bônus que podem chegar a 5,2 milhões de rublos no primeiro ano de serviço. Após ser ferido, Khursa planejava usar o dinheiro para comprar um apartamento, mas sua vida tomou um rumo inesperado.
Após uma briga com a esposa, Khursa saiu de casa em estado de embriaguez, levando uma bolsa com suas economias. Ao ser parado pela polícia, os oficiais, ao verem o dinheiro, exigiram um suborno. Um deles chegou a sugerir que o deixassem em paz por ter voltado da guerra, mas o outro não hesitou em roubar quase todo o seu dinheiro. As promessas de Putin de um retorno glorioso para os soldados se mostraram vazias diante da corrupção.
Corrupção Generalizada
Além de Khursa, outros soldados também relatam experiências semelhantes. Em um aeroporto de Moscou, policiais estariam alertando taxistas sobre a chegada de militares, que eram cobrados tarifas exorbitantes. Aqueles que se opunham eram ameaçados ou até drogados para que seus cartões bancários fossem usados.
Em outubro de 2024, três funcionários de um centro de recrutamento foram presos por desviar 11 milhões de rublos de soldados, utilizando cartões SIM que pertenciam aos recrutas. Em outra situação, um oficial em Belgorod é acusado de roubar mais de um milhão de rublos ao vincular contas bancárias de novos recrutas ao seu próprio número de telefone.
Khursa registrou uma queixa contra os policiais, mas o caso não avançou na justiça. Ambos os oficiais se alistaram e foram enviados para a Ucrânia, evitando assim a punição. Khursa, que agora aguarda uma decisão médica sobre seu retorno ao front, reflete sobre sua situação: "Se não estou aqui, acabo na rua". Ele se sente preso à vida militar, que considera a única opção viável para garantir sua sobrevivência.
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