Putin e Kim fortalecem aliança com nova 'ponte aérea' entre Moscou e Pyongyang

Um voo direto entre Pyongyang e Moscou foi inaugurado na segunda-feira, marcando a primeira conexão aérea entre as capitais em mais de 20 anos. O evento, que contou com a recepção de um Boeing 777 da companhia russa Nordwind, simboliza a crescente aproximação entre a Coreia do Norte e a Rússia, ambos sob sanções internacionais.

As viagens, autorizadas recentemente, ocorrerão mensalmente. O primeiro voo, que partiu de Moscou no domingo, transportou cerca de 400 passageiros, a maioria norte-coreanos. O custo da passagem é de aproximadamente 45 mil rublos, ou R$ 3.100. O diplomata russo Matvey Krivoshiv, presente no voo, destacou a alta demanda esperada, não apenas entre turistas russos, mas também entre os norte-coreanos.

Relações em Expansão

A reabertura das rotas aéreas reflete a busca de ambos os países por alternativas para superar seus isolamentos. A Rússia se beneficia do arsenal militar norte-coreano e da disponibilidade de soldados, enquanto a Coreia do Norte busca apoio econômico e suprimentos essenciais, como petróleo e alimentos. Recentemente, os dois países assinaram um acordo de defesa abrangente, que inclui apoio militar mútuo.

Além disso, a Coreia do Norte está mirando o turismo russo, especialmente em resorts como o de Wonsan-Kalma, que oferece infraestrutura luxuosa. O governo norte-coreano planeja atrair até um milhão de turistas estrangeiros anualmente, focando em russos e chineses. No entanto, a realidade econômica pode dificultar esse objetivo, já que os preços das passagens e pacotes turísticos são altos em comparação com a renda média na Rússia.

Desafios do Turismo

A entrada de estrangeiros no resort de Wonsan-Kalma foi temporariamente suspensa, sem explicações. Especialistas apontam que, apesar do esforço para atrair turistas, a Coreia do Norte enfrenta concorrência acirrada de destinos mais acessíveis e com melhores serviços, como Turquia e Tailândia. O professor Andrei Lankov, da Universidade Kookmin, ressalta que é improvável que o atual nível de comércio entre os países perdure após a resolução do conflito na Ucrânia, o que pode impactar negativamente as relações futuras.