Príncipe Harry conquista acordo histórico com grupo de Rupert Murdoch por invasão de privacidade

O príncipe Harry chegou a um acordo com o grupo de jornais britânico News Group Newspapers (NGN), encerrando um longo processo judicial que o opunha ao conglomerado de Rupert Murdoch. O acordo foi anunciado na quarta-feira, 22 de janeiro, antes do início do julgamento que estava previsto para durar entre oito e dez semanas. O advogado de Harry, David Sherborne, informou ao tribunal que as partes chegaram a um entendimento, e a NGN emitiu um pedido de desculpas completo por práticas ilegais, incluindo invasão de privacidade e espionagem, que ocorreram entre 1996 e 2011.

O grupo de mídia reconheceu a seriedade das intrusões em sua vida privada e a dor causada à sua família, especialmente à sua falecida mãe, Diana, Princesa de Gales. Além do pedido de desculpas, a NGN concordou em pagar "danos substanciais", embora o valor exato não tenha sido divulgado. Fontes indicam que a quantia pode ser de até oito dígitos, incluindo custos legais. O príncipe Harry expressou que essa vitória representa uma responsabilização para ele e para outros reclamantes que não conseguiram expor a verdade sobre suas experiências.

O caso do príncipe Harry é parte de uma série de ações judiciais contra a NGN, que já havia resolvido cerca de 1.300 processos relacionados a grampos telefônicos e outras práticas ilegais. O escândalo de grampos telefônicos, que culminou no fechamento do News of the World em 2011, trouxe à tona questões sobre a ética da imprensa britânica. Harry, que vive na Califórnia, tem se mostrado determinado a buscar justiça e responsabilização por parte da mídia, afirmando que sua luta é por uma "mídia mais responsável".

Após o acordo, Harry e seu co-reclamante, o ex-parlamentar Tom Watson, pediram que as autoridades investigassem as atividades ilegais do grupo de Murdoch. O advogado de Harry afirmou que é hora de responsabilização e que as mentiras e encobrimentos devem ser expostos. A Polícia Metropolitana de Londres, no entanto, declarou que não há investigações ativas sobre as alegações de grampos telefônicos, mas está aberta a qualquer nova informação que possa surgir.