Confusão no Sisu agrava crise de Camilo Santana no Ministério da Educação

O ministro da Educação, Camilo Santana, enfrenta desafios significativos em sua gestão, especialmente após ser cogitado como possível sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recentemente, o programa Pé-de-Meia, que oferece bolsas a estudantes do Ensino Médio, foi alvo de críticas do Tribunal de Contas da União (TCU), que bloqueou R$ 6 bilhões do programa, alegando manobra fiscal. O governo tenta reverter essa decisão, mas a situação uniu a oposição, que já conta com cem assinaturas para um pedido de impeachment de Lula, além de solicitações para o afastamento de Santana e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Além disso, o Ministério da Educação (MEC) atrasou a divulgação da lista de aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025, gerando descontentamento entre os vestibulandos. O MEC anunciou que o prazo foi estendido até 3 de fevereiro, após a divulgação inicial prevista para 31 de janeiro. O atraso na publicação dos resultados, que deveria ter ocorrido no dia 26, foi um golpe adicional na imagem do ministro, que já lidava com a pressão da oposição.

Apesar dos contratempos, Camilo Santana ainda possui trunfos em sua gestão. Uma pesquisa do Ipec revelou que 37% do eleitorado avalia a educação positivamente, tornando-a a única área com avaliação positiva superior à negativa entre as nove analisadas. O programa Pé-de-Meia, que já beneficia 4 milhões de estudantes e tem um orçamento de R$ 12,5 bilhões em 2024, é um dos principais ativos de Santana, destacando-se como o quinto maior programa social do governo.

A situação de Camilo Santana é complexa, com sua trajetória até então ascendente sendo desgastada por esses episódios. A ala de Gleisi Hoffmann, presidente do partido, vê em Santana uma alternativa viável à candidatura de Haddad, seu rival interno. A expansão do Pé-de-Meia, com novas modalidades para aumentar o número de docentes, pode ser um fator crucial para sua permanência no cargo e para a imagem do governo.