Robert Kennedy Jr e o negacionismo científico na audiência de confirmação como Secretário de Saúde

A audiência para a confirmação de Robert Kennedy Jr. como novo Secretário de Saúde dos EUA evidenciou um forte negacionismo científico. Durante o evento, RFK Jr. fez alegações ligando vacinas a doenças crônicas e autismo, utilizando estatísticas distorcidas para sustentar suas afirmações. O senador Tommy Tuberville, do Alabama, e o senador Markwayne Mullin, de Oklahoma, também contribuíram para o debate com declarações que reforçaram mitos já refutados sobre vacinas.

Kennedy tentou se distanciar da etiqueta de "antivacinas", afirmando que seu primeiro livro, publicado em 2014, começava e terminava com a frase "eu não sou antivacina". No entanto, essa tentativa não apaga seu histórico de ativismo antivacinas e promoção de desinformação. O senador Bill Cassidy, da Louisiana, questionou se Kennedy estaria disposto a considerar a vasta quantidade de estudos que comprovam a segurança e eficácia das vacinas, ou se continuaria a selecionar dados que alimentam suas crenças.

Uma declaração controversa de RFK Jr. sugeriu que pessoas negras deveriam seguir um calendário vacinal diferente, alegando diferenças no sistema imunológico entre raças. A senadora Angela Alsobrooks, de Maryland, desafiou essa afirmação, ressaltando que raças humanas são um construto social e que não há evidências científicas que justifiquem tal distinção. Essa retórica pode levar a erros de diagnóstico e comprometer a saúde de populações inteiras.

A postura de RFK Jr. e de seus apoiadores reflete um padrão de resistência a evidências científicas, levantando preocupações sobre sua possível nomeação. A dúvida que permanece é se os senadores republicanos, que ainda apoiam vacinas e ciência, agirão para evitar que os EUA tenham um secretário de Saúde que perpetue a desinformação sobre vacinas.