Claudia Sheinbaum propõe emenda para proibir cultivo de milho transgênico no México

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, apresentou uma proposta de emenda constitucional que visa proibir o cultivo de milho geneticamente modificado. A divulgação ocorreu nesta terça-feira, e o projeto será discutido no Congresso após uma decisão de um painel do acordo comercial T-MEC, que favoreceu os Estados Unidos em uma disputa sobre regulamentações mexicanas que limitavam as importações desse tipo de milho. O governo de Sheinbaum, que representa a esquerda, revogou a regulamentação anterior do ex-presidente Andrés Manuel López Obrador.

A proposta de Sheinbaum não menciona as importações, mas estabelece que o cultivo de milho no México deve ser "livre de modificações genéticas" que ultrapassem as barreiras naturais de reprodução, referindo-se aos transgênicos. O texto também sugere que outros usos do milho geneticamente modificado sejam avaliados para prevenir "ameaças à biossegurança" e à saúde pública, conforme declarado pela presidente em sua coletiva de imprensa.

O México é o segundo maior importador de milho do mundo, com 95% das suas compras provenientes dos Estados Unidos, onde 93% da produção é transgênica. O milho amarelo é utilizado tanto para forragem quanto para alimentos industrializados. Em 2024, as exportações de milho dos EUA para o México totalizaram US$ 5,6 bilhões, segundo dados oficiais. Apesar disso, o México é autossuficiente na produção de milho branco, essencial para a dieta de seus 129 milhões de habitantes.

A iniciativa de Sheinbaum tem boas chances de avançar no Congresso, que possui uma ampla maioria favorável ao governo. A proposta reflete uma crescente preocupação com a segurança alimentar e a saúde pública, em um contexto onde o debate sobre os transgênicos continua a ser um tema polêmico no país.