Gleisi Hoffmann garante manutenção de 30% no cancelamento de despesas do Orçamento

A nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teve que intervir diretamente para evitar a redução do poder do governo em relação ao cancelamento de despesas discricionárias no Orçamento de 2024. Durante uma articulação no Congresso, havia uma proposta para diminuir o percentual que o governo poderia cancelar de 30% para 10%, afetando emendas parlamentares. Após negociações, o percentual foi ajustado para 20%, mas as conversas estagnaram. Gleisi contatou os presidentes da Câmara e do Senado, além do relator do Orçamento, para pedir que não houvesse mudanças.

A desconfiança de partidos aliados em relação a Gleisi foi rapidamente dissipadas com a aprovação do orçamento de 2025. A ministra atuou nos bastidores para organizar a votação, que estava atrasada desde dezembro, e que impactava ações do governo, como o reajuste de servidores públicos. A aprovação também incluiu a destinação de R$ 15 bilhões para o programa Minha Casa Minha Vida, visando atender famílias com renda de R$ 8 mil a R$ 12 mil.

Aliados que antes eram céticos em relação à atuação de Gleisi começaram a demonstrar otimismo, comparando-a favoravelmente ao seu antecessor, Alexandre Padilha, que enfrentou críticas do centrão. Um fator que favorece a nova ministra é sua relação com Hugo Motta, presidente da Câmara, que é visto como mais aberto a negociações em comparação a Arthur Lira. A Paraíba, estado de Motta, apresenta alta aprovação ao presidente Lula, o que pode influenciar positivamente a relação entre o governo e o legislativo.

Após as ligações feitas por Gleisi, o governo conseguiu manter o direito de cancelar 30% das despesas discricionárias do Orçamento. Essa vitória é considerada crucial para a nova ministra, especialmente em sua segunda semana no cargo, evitando uma derrota significativa logo no início de sua gestão. A articulação política de Gleisi parece estar se consolidando, com resultados que podem impactar positivamente a agenda do governo.