Estudante de doutorado é detida por policiais mascarados e levada a mais de 1.500 milhas de casa

Um incidente envolvendo a estudante de doutorado da Universidade Tufts, Rumeysa Ozturk, gerou grande repercussão após sua detenção por agentes da polícia em Somerville, Massachusetts. Ozturk, de 30 anos e natural da Turquia, estava a caminho de um jantar para quebrar o jejum do Ramadan quando foi cercada por seis policiais à paisana. Imagens de vigilância mostram a abordagem, onde um dos oficiais a agarrou e confiscou seu celular, enquanto outros encobriam os rostos com panos e óculos escuros.

Após a detenção, Ozturk foi levada para um veículo e transportada para várias localidades, incluindo escritórios governamentais na Nova Inglaterra, antes de ser enviada para um centro de processamento da ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) em Alexandria, Louisiana. Sua equipe jurídica alegou que a transferência ocorreu apesar de uma ordem judicial que proibia sua remoção sem aviso prévio de 48 horas. Durante o trajeto, Ozturk sofreu uma crise de asma e não teve acesso a um advogado ou a qualquer acusação formal.

A situação de Ozturk é parte de um contexto mais amplo de repressão a estudantes internacionais que se manifestam em apoio aos direitos palestinos, especialmente após uma ordem da administração Trump. Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna afirmou que Ozturk "engajou-se em atividades em apoio ao Hamas", sem especificar quais seriam. Seus advogados argumentam que ela está sendo punida por suas opiniões, destacando que sua detenção é uma tentativa de silenciar vozes críticas.

Após um período de incerteza, onde amigos e familiares não conseguiram localizá-la, Ozturk finalmente se comunicou com seus advogados. Um juiz federal em Boston emitiu uma ordem para interromper sua deportação, reconhecendo a gravidade da situação. Ozturk, que possui um visto de estudante válido, estava a cerca de dez meses de concluir seu doutorado em desenvolvimento humano e estudos infantis. A comunidade acadêmica e defensores dos direitos humanos expressaram preocupação com a detenção, considerando-a uma violação da liberdade de expressão.