05 de abr 2025
A polêmica do show de Los Alegres do Barranco e a apologia ao narcotráfico em Guadalajara
Los Alegres del Barranco projetaram imagens de El Mencho em show em Guadalajara. A apresentação gerou indignação e levou a investigações oficiais no México. A presidente Claudia Sheinbaum e o governador Pablo Lemus reagiram prontamente. A narcocultura é debatida, com especialistas questionando sua normalização na sociedade. A polêmica destaca a hipocrisia em reações a artistas que exaltam o crime.
Foto:Reprodução
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Um show recente da banda Los Alegres del Barranco em Guadalajara gerou polêmica ao projetar imagens de Nemesio Oseguera, conhecido como El Mencho, líder do Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG). O evento ocorreu em um momento de crescente preocupação sobre a narcocultura no México, especialmente após relatos de torturas e assassinatos atribuídos ao cartel em Teuchitlán. Apesar da indignação pública, a projeção de imagens de narcotraficantes em shows não é uma novidade, como evidenciado por apresentações anteriores de outros artistas.
Após a repercussão negativa, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou investigações sobre o incidente, enquanto o governador de Jalisco, Pablo Lemus, determinou a proibição de apologia ao narcotráfico no estado. Além disso, os quatro músicos da banda tiveram suas visões de entrada aos Estados Unidos revogadas. A autora Ainhoa Vásquez, especialista em narcocultura, destacou que a reação do público foi alarmante, questionando a normalização de tais homenagens a figuras envolvidas em crimes graves.
A pesquisadora Maria Luisa de la Garza, do Centro de Estudos Superiores de México e Centroamérica (Cesmeca), expressou dúvidas sobre a normalização da narcocultura, mas reconheceu seu impacto significativo. Ela também criticou a hipocrisia de algumas reações, lembrando que figuras políticas que condenam o conteúdo de músicas frequentemente buscam apoio de artistas que abordam esses temas. Após a controvérsia, Los Alegres del Barranco se desculparam, alegando que sua apresentação foi mal interpretada.
A narcocultura, que se manifesta em diversas formas de arte, incluindo música e cinema, remonta ao início do tráfico de drogas. Vásquez argumenta que é crucial distinguir entre narcocultura, que é criada pelos próprios narcotraficantes, e narcoficção, voltada ao público em geral. A proibição de artistas que glorificam o crime, como a medida adotada pelo governador de Jalisco, não é vista como uma solução eficaz para o problema do narcotráfico, segundo especialistas. A controvérsia em torno do show de Los Alegres del Barranco destaca a complexidade da relação entre cultura popular e crime organizado no México.
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