06 de mai 2025
Governo federal utiliza campanha nacionalista para fins de marketing político
Campanha “O Brasil é dos brasileiros” gera polêmica por uso de comunicação governamental em marketing político, desvirtuando princípios constitucionais.
Foto:Reprodução
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O governo federal lançou a campanha “O Brasil é dos brasileiros”, que tem gerado polêmica por seu caráter nacionalista e pelo uso da comunicação governamental para marketing político. A iniciativa, que visa melhorar a imagem do governo Lula, destina R$ 50 milhões e ignora diretrizes constitucionais que proíbem a promoção de governantes ou partidos.
A Constituição Federal determina que a publicidade governamental deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. No entanto, a campanha parece ser uma estratégia para contrabalançar a imagem de adversários políticos, como os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump. A comunicação governamental, segundo críticos, não deve ser utilizada para disputas políticas.
Críticas à Campanha
O slogan da campanha contraria a tradição do Partido dos Trabalhadores, que historicamente defende o internacionalismo e a cooperação entre os povos. O programa de governo de 2022 reforçava essa visão, assim como as ações do governo nos dois primeiros anos de mandato. O Brasil sediou o G20 e se prepara para a COP30, eventos que simbolizam a reaproximação do país com a comunidade internacional.
A mudança de tom para uma mensagem nacionalista é vista como uma estratégia de marketing oportunista, que prioriza resultados imediatos em detrimento da coerência ideológica. O slogan se assemelha a frases da era Bolsonaro, como “Brasil acima de tudo”, levantando preocupações sobre a direção política do governo atual.
Impacto na Comunicação Governamental
A utilização da comunicação governamental para fins eleitorais pode degradar sua função institucional e empobrecer o debate público. A polarização política é reforçada, e os princípios de impessoalidade e transparência ficam comprometidos. A comunicação, que deveria servir à política de governo, parece agora subordinada às exigências do marketing político.
Assim, enquanto o Brasil pode ser dos brasileiros, a comunicação governamental parece ter se tornado dos marqueteiros.
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