Cortes no financiamento da arte geram protestos e demissões na NEA nos EUA

A National Endowment for the Arts (NEA) enfrenta uma crise sem precedentes após a proposta de cortes orçamentários da administração Trump, que pode levar à sua eliminação em 2026. Todos os dez diretores da NEA deixaram a agência, resultando em um impacto significativo nas organizações culturais, com mais de 50% dos prêmios abertos sendo cancelados.

Organizações artísticas em todo os Estados Unidos estão se manifestando contra os cortes. A NEA anunciou o cancelamento de várias concessões para 2025, afetando conselhos de humanidades em 56 estados e jurisdições, que esperavam receber cerca de R$ 65 milhões do orçamento anual de R$ 210 milhões da NEH (National Endowment for the Humanities). A NEA é uma fonte vital de financiamento para museus, projetos comunitários e iniciativas culturais.

Um coletivo de organizações artísticas regionais pediu ao Congresso que restaure o financiamento para as artes, cultura e criatividade. A carta expressa solidariedade e destaca a importância de defender as agências artísticas e culturais do país. As fundações Andy Warhol e Helen Frankenthaler também anunciaram um fundo de $ 800 mil para apoiar 80 programas de artes visuais em organizações menores, após a suspensão da iniciativa Challenge America pela NEA.

A saída em massa dos diretores inclui aqueles que supervisionavam programas voltados para comunidades marginalizadas. A NEA, que representa apenas uma fração do orçamento federal, está sendo alvo de cortes que afetam diretamente a programação artística em todo o país. Organizações como Queer Art e A.I.R. Gallery relataram a rescisão de seus financiamentos, citando "desalinhamento" com os valores da administração atual.

A situação se agrava com a redistribuição de recursos da NEH para projetos alinhados à agenda do governo, como o National Garden of American Heroes. Enquanto isso, a Mellon Foundation anunciou $ 15 milhões em financiamento emergencial para conselhos de humanidades em todos os estados, buscando mitigar os danos causados pelos cortes orçamentários.