12 de mai 2025
Igreja Católica deve manter agenda conservadora sobre a participação feminina com novo papa
A nomeação do cardeal Robert Francis Prevost como papa Leão 14 levanta dúvidas sobre a continuidade da agenda do papa Francisco, especialmente em relação à participação feminina na Igreja. Apesar de um aumento na presença de mulheres na Cúria Romana, as reformas desejadas por católicas globalmente permanecem estagnadas. Prevost, que evita se posicionar sobre o diaconato feminino, mantém uma postura diplomática e discreta, refletindo uma estrutura e teologia patriarcal que dificultam mudanças significativas. Em uma carta aberta, cerca de 200 católicas pediram desculpas à Igreja por violações históricas, destacando a necessidade de superar estereótipos prejudiciais. A luta por maior participação feminina na Igreja Católica continua, mas as vozes masculinas ainda dominam os espaços de decisão. **Linha fina:** A nomeação de Prevost como papa Leão 14 pode estagnar as reformas femininas na Igreja, desafiando a voz das católicas.
Foto:Reprodução
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O cardeal Robert Francis Prevost foi nomeado papa Leão 14, gerando debates sobre a continuidade da agenda do papa Francisco, especialmente em relação à participação feminina na Igreja. Análises indicam que, apesar de avanços na presença feminina na Cúria Romana, as reformas desejadas por católicas globalmente permanecem estagnadas sob sua liderança.
Desde a nomeação de Prevost, surgiram questionamentos sobre sua postura em relação à questão feminina. Embora tenha havido um aumento na presença de mulheres na Cúria, que passou de 19,3% para 26%, as mudanças significativas ainda são vistas como improváveis. Teólogas e sociólogas afirmam que o novo papa não deve retirar o poder das mulheres em cargos-chave no Vaticano.
Prevost, ao contrário de outros papáveis, não se posicionou sobre o diaconato feminino e mantém uma postura diplomática e discreta. Essa inércia é atribuída a uma estrutura e teologia patriarcal que permeiam a Igreja, refletindo preconceitos históricos que ofuscam a dignidade humana e a sinodalidade, segundo a cientista social Priscila Kikuchi.
Reivindicações Globais
A luta por maior participação feminina na Igreja é global. Em 2023, cerca de duzentas católicas enviaram uma carta aberta às hierarquias eclesiásticas, pedindo desculpas pelas violações cometidas contra mulheres ao longo dos séculos. Entre as signatárias estavam a teóloga Anne Soupa e a missionária Elisa Kidané.
A carta destaca que as relações entre homens e mulheres na Igreja estão "doentes", imbuídas de estereótipos que desvalorizam o feminino. A estrutura de poder da Igreja, dominada por homens, dificulta a ressonância de reivindicações reformadoras, uma vez que apenas vozes masculinas ecoam em ambientes de decisão, como conclaves.
A Igreja, como instituição, reflete a dinâmica social vigente, marcada por um patriarcalismo arraigado. A doutoranda em Teologia Karolayne Maria Vieira Camargo ressalta que preconceitos históricos ainda influenciam a estrutura eclesiástica, ofuscando a proposta evangélica de respeito à dignidade humana.
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