Comissão de Ética proíbe ex-aliada de Janja de atuar em agência de influenciadores

Demitida em janeiro de 2023 da Secretaria de Comunicação (Secom) sob a gestão de Sidônio Palmeira, Brunna Rosa recebeu um convite da agência de marketing digital Mynd8 para liderar a área de marketing político. Sua proposta inclui o gerenciamento de influenciadores e o desenvolvimento de campanhas digitais para políticos. Contudo, a Comissão de Ética da Presidência (CEP) impôs uma quarentena remunerada, que a impede de aceitar a oferta até agosto.

Brunna, que atuou como estrategista próxima da primeira-dama Janja da Silva, buscou orientação da CEP após sua demissão. O relatório da conselheira Marcelise de Azevedo destacou que Brunna teve acesso a informações sensíveis durante seu tempo na Secom, o que gerou preocupações sobre possíveis conflitos de interesse. A proposta formal da Mynd8 foi enviada à CEP em 23 de fevereiro, um mês após sua saída do governo.

Quarentena Remunerada

A quarentena de seis meses, aprovada em 28 de abril, garante que Brunna receba sua remuneração de R$ 18,4 mil mensais até 23 de agosto. Durante esse período, ela não pode aceitar ofertas de trabalho e deve informar à CEP caso receba novas propostas. A decisão visa proteger a integridade do serviço público, evitando que informações privilegiadas sejam utilizadas em benefício próprio.

A Mynd8, conhecida por gerenciar influenciadores que se alinham com o governo Lula, já enfrentou críticas do bolsonarismo. A agência, que conta com um portfólio de artistas renomados, reafirmou que não interfere no conteúdo publicado pelos influenciadores que representa. A situação de Brunna Rosa reflete as complexidades das transições entre o setor público e privado, especialmente em áreas sensíveis como a comunicação política.