Delegada da PF, referência na Lava Jato, se aposenta após 22 anos de serviço

A delegada da Polícia Federal Érika Marena se aposentou voluntariamente após 22 anos de serviço, conforme publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira, 21 de março. Seu cargo foi declarado vago, marcando o fim de uma carreira notável.

Érika Marena, que ocupava o cargo de delegada de classe especial, teve um papel crucial em investigações de grande relevância, como as operações Lava Jato e Ouvidos Moucos. Ela foi uma das responsáveis pela investigação que revelou um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras, batizando a operação em 2014.

Após seu destaque na Lava Jato, Érika foi convidada pelo ex-juiz Sérgio Moro para liderar o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela deixou o DRCI em junho de 2020, após a saída de Moro do Ministério da Justiça.

Contribuições e Controvérsias

Além de sua atuação na Lava Jato, Érika Marena também esteve envolvida na operação Ouvidos Moucos, onde pediu a prisão do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier. Cancellier se suicidou pouco tempo após a prisão, um episódio que gerou controvérsia e repercussão na mídia.

A delegada também participou da investigação do caso Banestado, que teve início no final dos anos 1990 e ajudou a projetar Sérgio Moro. Ao longo de sua carreira, Érika ocupou diversos cargos, incluindo procuradora do Banco Central e superintendente da Polícia Federal em Sergipe.

Com sua aposentadoria, a Polícia Federal perde uma figura central em investigações de corrupção e crimes financeiros, deixando um legado significativo na luta contra a impunidade no Brasil.