Janja é vista como um obstáculo ao governo por 36% da população, aponta Datafolha

Dados da pesquisa Datafolha, divulgados nesta sexta-feira, revelam que 36% dos brasileiros acreditam que as ações da primeira-dama, Janja Lula da Silva, atrapalham mais do que ajudam o governo Lula. A insatisfação com Janja aumentou após suas críticas ao TikTok durante um jantar com o presidente chinês, Xi Jinping, na China, episódio que gerou desconforto entre os aliados do governo.

A pesquisa também mostra que 14% dos entrevistados consideram que as atitudes de Janja são benéficas, enquanto 40% afirmam que seu comportamento não impacta a gestão. Além disso, 10% não têm opinião formada sobre o assunto. A desaprovação é mais acentuada entre eleitores com ensino superior, onde 49% acreditam que Janja atrapalha o governo. Para aqueles com ensino médio completo, esse número cai para 34%, e para os que têm apenas o fundamental, é de 26%.

Repercussão nas Redes Sociais

O episódio com Xi Jinping resultou em um aumento significativo de menções negativas a Janja nas redes sociais. Segundo a consultoria Palver, foram registradas 456 menções a cada 100 mil mensagens em grupos de WhatsApp, com 60% sendo negativas. Em resposta às críticas, a primeira-dama declarou que "não há protocolo" que a impeça de se manifestar.

Outro pico de menções ocorreu quando Janja defendeu a regulação das redes sociais, inspirada no modelo chinês. Durante sua participação no podcast “Se ela não sabe, quem sabe”, ela comentou sobre as penalidades severas na China para quem descumpre as normas. Nesse dia, foram contabilizadas 154 menções a cada 100 mil mensagens, com 35% negativas.

Campanha de Apoio

O apoio a Janja foi reforçado pelo PT com a campanha #EstouComJanja, que coincidiu com o aumento das menções a ela. Em um encontro com o Papa Francisco, as menções positivas chegaram a 37,8%, mas o total de citações foi menor em comparação a episódios anteriores. O maior pico de menções a Janja ocorreu após suas críticas ao empresário Elon Musk no G20 Social, em novembro do ano passado, com 1 mil menções a cada 100 mil.