22 de jun 2025
Exploração de petróleo na Amazônia gera conflito entre desenvolvimento e preservação
Suely Araújo critica a exploração de petróleo na foz do Amazonas e alerta para riscos ambientais e sociais para a população local.

Suely Araújo, ex-presidente do Ibama (Foto: Divulgação - 22.fev.2018/Ibama)
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Para a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, as justificativas do governo Lula para a exploração de petróleo na bacia da foz do rio Amazonas são absurdas. Em entrevista ao UOL, ela comparou a situação a "gerar uma guerra para conseguir paz", afirmando que essa lógica apenas agrava os problemas ambientais.
A exploração na região, que já conta com 28 blocos concedidos, foi alvo de protestos de indígenas e ambientalistas. Araújo, que presidiu o Ibama entre 2016 e 2018, negou cinco pedidos de exploração na área durante seu mandato. O governo leiloou recentemente 19 blocos, mas nenhum recebeu autorização para perfuração até o momento. Para obter a licença, as empresas devem comprovar a segurança das operações e a capacidade de resposta a acidentes.
Araújo destacou que a foz do Amazonas é uma área biologicamente sensível, com correntes marítimas que aumentam o risco de acidentes. Em caso de vazamento, o óleo poderia atingir águas internacionais rapidamente, afetando ecossistemas locais, como manguezais e recifes de corais. O governo argumenta que os recursos da exploração poderiam financiar a transição energética, mas Araújo refutou essa ideia, afirmando que ampliar a exploração de combustíveis fósseis contradiz os objetivos de redução de emissões.
O presidente Lula defendeu a exploração, citando a prática de países vizinhos como Guiana e Suriname. No entanto, Araújo questiona a eficácia dessa comparação, ressaltando que o Brasil, mesmo sendo um grande exportador de petróleo, não vê melhorias significativas nas condições sociais das regiões produtoras. Ela alertou que os royalties da exploração levariam anos para beneficiar a população local, enquanto o governo busca recursos imediatos.
Araújo concluiu que existem alternativas mais justas e sustentáveis para gerar renda no Amapá, sem comprometer o meio ambiente. A exploração de petróleo, segundo ela, não garante distribuição de renda e pode perpetuar problemas sociais nas comunidades afetadas.
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