Descoberta de fossa com oito corpos de líderes religiosos choca a Colômbia
Disidentes das FARC são suspeitos de assassinatos de líderes sociais em Guaviare, aumentando a tensão em uma região marcada pela violência.

Militares em um operativo em Calamar, estado de Guaviare, em 2016. (Foto: Fernando Vergara/AP)
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Colômbia viveu um momento de choque nesta quarta-feira, após a descoberta de uma fossa comum em Guaviare, contendo oito corpos de líderes religiosos e sociais. As vítimas, que haviam sido sequestradas em abril, foram supostamente assassinadas por disidentes das FARC, sob o comando de Iván Mordisco. O crime está ligado a disputas territoriais na região.
A Fiscalia confirmou que os corpos pertencem a líderes que foram interrogados por guerrilheiros, sob a suspeita de que estivessem formando um novo grupo criminoso com apoio do ELN. O presidente Gustavo Petro expressou seu “profundo repúdio” ao crime, destacando que os assassinatos são uma grave violação dos direitos humanos e um ataque à liberdade religiosa.
Os líderes, que faziam parte de uma missão humanitária, foram identificados como Jesús Valero, Carlos Valero, Marivel Silva, Isaid Gómez, Maryuri Hernández, Óscar Hernández, James Caicedo e Nixon Peñaloza Chacón. A investigação aponta para o Frente Armando Ríos, que teria recebido ordens de Iván Mordisco para executar os homicídios, visando impedir a formação de uma célula do ELN na área.
Reações e Contexto
A descoberta da fossa comum foi facilitada pela captura de um guerrilheiro, cujo celular continha imagens das vítimas. A Acnudh (Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) condenou os assassinatos, afirmando que a estigmatização de líderes sociais agrava o conflito armado. A Diócesis de San José del Guaviare também se manifestou, pedindo paz e proteção para a população local.
A situação em Guaviare é crítica, com frequentes confrontos entre disidentes das FARC e do ELN. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) registrou que este é o maior massacre do ano na Colômbia, com mais de 100 mortes em homicídios múltiplos. O prefeito de Calamar, onde a fossa foi encontrada, pediu ao governo nacional mais atenção para a região, que se sente abandonada em meio à violência.
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