Defensor do povo aciona o Supremo contra a desproteção do lobo na Espanha

El Defensor del Pueblo, Ángel Gabilondo, apresentou um recurso de inconstitucionalidade contra a lei de desperdício alimentário, que permitiu a caça de lobos em Cantabria. A decisão surge após 278 solicitações recebidas pela instituição, questionando a inclusão do lobo na lista de espécies não protegidas.

A lei, aprovada com votos do PP, Junts, Vox e PNV, possibilitou a caça de 41 lobos, representando 20% da população local. Até o início de junho, 16 exemplares já haviam sido abatidos. Gabilondo argumenta que a legislação viola o artigo 45 da Constituição, que assegura o direito a um meio ambiente adequado.

Reações e Demandas

Organizações como Podemos Cantabria celebraram a decisão do Defensor do Pueblo, exigindo a suspensão imediata das caças. A coordenação do partido destacou que a lei foi aprovada de forma irregular, sem o devido debate parlamentar, e que o lobo é essencial para o equilíbrio dos ecossistemas.

Pablo Gómez, responsável por Meio Rural do Podemos, criticou a abordagem atual, afirmando que as medidas são "salvagens". Ele também questionou a precisão do censo de lobos, que inclui manadas compartilhadas com outras regiões, como Astúrias e Castilla e León.

Contexto Atual

Desde a aprovação da lei em abril, outras comunidades, como Astúrias, autorizaram a caça de até 53 lobos, enquanto La Rioja e Galícia também incluíram a espécie em suas ordens de veda. O Ministério para a Transição Ecológica revelou que existem entre 1.300 e 1.600 lobos na Espanha, com um estado de conservação considerado "desfavorável".

Essas informações serão enviadas à Europa no relatório sexenal, o que pode impedir a aplicação de medidas de gestão que não favoreçam a recuperação da espécie, como a caça. A situação do lobo continua a gerar polêmica e mobilização entre defensores da biodiversidade.