Governo intensifica apoio a Alcolumbre para garantir governabilidade no Congresso

Em meio a uma crise com o presidente da Câmara, Hugo Motta, o governo federal busca apoio no presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A tensão aumentou após a derrota do governo na votação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Alcolumbre, no entanto, sinaliza disposição para apaziguar a situação, promovendo a aprovação de medidas importantes.

Nos últimos dias, Alcolumbre tem se reunido com integrantes do governo e demonstrado interesse em reduzir as tensões. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também incentivou um diálogo entre os poderes. Na terça-feira, o Senado aprovou uma Medida Provisória que permitirá novos leilões do pré-sal, abrindo um espaço de R$ 15 bilhões para investimentos em projetos sociais, como o Minha Casa Minha Vida.

Após as votações, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, agradeceu a Alcolumbre pela colaboração. O presidente do Senado, por sua vez, reconheceu a legitimidade do governo em questionar decisões do Congresso, embora tenha expressado incômodo com o discurso que coloca os parlamentares como inimigos do povo.

Diálogo e Reaproximação

Alcolumbre tem mantido contato constante com o governo, incluindo reuniões com o ministro da Advocacia-Geral da União e outros líderes. Apesar das divergências, aliados do presidente do Senado acreditam que há um caminho para o distensionamento. O senador também se comprometeu a discutir mudanças legislativas que limitem o questionamento de ações do Congresso pelo STF.

A relação de Alcolumbre com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mais próxima do que a de Motta, que só começou a dialogar com o governo após assumir a presidência da Câmara. Lula criticou a decisão de Motta em pautar a suspensão da medida do IOF, enquanto Alcolumbre foi poupado das críticas.

Com o União Brasil enfrentando tensões internas, Alcolumbre se destaca como uma voz governista. Ele é considerado um fiador das indicações ministeriais e mantém familiares em cargos federais. A expectativa é que, com a disposição de diálogo, o Senado continue a ser um espaço para a construção de entendimentos entre o Executivo e o Legislativo.