Feira de ciências simbólica destaca pesquisas cortadas pela equipe de Trump

Cientistas realizaram um protesto no Capitólio dos Estados Unidos, na última quarta-feira, contra o cancelamento de suas bolsas de pesquisa. O evento, intitulado “As Coisas que Nunca Saberemos: Uma Feira de Ciências de Bolsas Canceladas”, foi organizado por democratas da Câmara dos Representantes para destacar os impactos negativos das recentes reduções no financiamento científico.

Desde a posse do presidente Donald Trump, cortes significativos afetaram diversas áreas de pesquisa. Aproximadamente 2.900 bolsas da National Institutes of Health foram canceladas, além de mais de 1.600 da National Science Foundation. Os cortes atingiram projetos em áreas como saúde de minorias de gênero e estudos sobre a COVID-19. Os cientistas expressaram preocupação não apenas com seus projetos, mas principalmente com o futuro de novos pesquisadores.

Reuben Harris, bioquímico da Universidade do Texas, enfatizou que a falta de financiamento pode desestimular estudantes de graduação e doutorado a ingressar na área. “Se você está se formando agora, quer realmente entrar em uma comunidade sem recursos?” questionou.

Durante a feira, pesquisadores apresentaram pôsteres sobre como suas pesquisas poderiam beneficiar a sociedade. Julie Cidell, cientista da Universidade de Illinois, lamentou a interrupção de seu estudo sobre veículos elétricos, que visava coletar dados de qualidade do ar. Já Katie Shilton, pesquisadora de inteligência artificial, teve que interromper o desenvolvimento de ferramentas para combater a desinformação nas redes sociais.

Jessica Rosenberg, astrofísica da George Mason University, destacou o impacto dos cortes em jovens cientistas, que perderam oportunidades de emprego após a suspensão de suas bolsas. “Três pós-doutorandos estavam prestes a começar quando a verba foi cortada,” relatou. O evento no Capitólio buscou conscientizar o público e os legisladores sobre as consequências desses cortes para a ciência e a sociedade.