Tarcísio sugere deixar política de lado para negociar tarifas com EUA

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestou preocupação com as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em coletiva realizada em Cerquilho, no último sábado, Tarcísio pediu uma união de esforços entre os governos para enfrentar essa situação, que considera "complicada" para o estado e para a economia nacional.

Durante a entrevista, o governador destacou a importância de deixar a política de lado e focar na resolução do problema. Ele enfatizou que a responsabilidade pelas negociações cabe ao governo federal, mas que o estado está disposto a contribuir com informações que possam fortalecer a posição brasileira nas discussões. "Precisamos mostrar o cenário da economia paulista", afirmou.

Tarcísio também mencionou o impacto direto do tarifaço em setores como o da Embraer, que pode enfrentar um aumento de US$ 9 milhões em impostos por aeronave vendida à American Airlines. Além disso, o governador alertou sobre possíveis prejuízos para o agronegócio, especialmente nos setores sucroalcooleiro e de suco de laranja.

Ação Diplomática

O governador se reuniu com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, para discutir a questão. Tarcísio afirmou que a diplomacia brasileira tem um histórico positivo em negociações e que é fundamental apresentar dados econômicos que ajudem a reverter as tarifas.

Ele também abordou a pressão de lideranças bolsonaristas pela anistia a Jair Bolsonaro em troca do fim do tarifaço, classificando essa questão como uma "opinião pessoal". O foco, segundo Tarcísio, deve ser a defesa dos interesses de São Paulo e a proteção de empregos e empresas locais.

A mudança de postura do governador, que anteriormente havia criticado o governo Lula pela situação, reflete uma nova estratégia para lidar com as consequências das tarifas e reforçar a importância da colaboração entre os diferentes níveis de governo.