Detentos denunciam condições desumanas com larvas e luz constante em prisão de imigrantes

Imigrantes detidos no centro de detenção "Alligator Alcatraz", na Flórida, denunciam condições desumanas. Relatos indicam falta de água, comida estragada e restrições religiosas, enquanto os governos estadual e federal negam irregularidades. Os detentos afirmam que não há água suficiente para higiene e que muitos estão há dias sem se lavar. O calor extremo nas tendas e a luz constante são descritos como formas de tortura.

Um imigrante relatou à CBS News que o tratamento parece intencionalmente cruel, comparando a situação a um experimento. Além da escassez de água, a comida servida estaria contaminada, com relatos de larvas nas refeições. O cantor cubano Leamsy La Figura afirmou que os detentos recebem apenas uma refeição por dia e que a luz branca acesa 24 horas causa insônia.

Restrições e Falta de Acesso

Os detentos também enfrentam restrições religiosas. Um colombiano disse que sua Bíblia foi confiscada, resultando em um impacto negativo em sua fé. A falta de acesso a advogados agrava a situação, como no caso de Vladimir Miranda, que não conseguiu orientação após ser transferido sem aviso.

O Departamento de Segurança Nacional (DHS) nega envolvimento direto na construção e operação do centro, afirmando que o projeto foi financiado e administrado pelo Estado da Flórida. O DHS declarou que não há uso de fundos federais diretos e que a instalação foi construída sob estado de emergência migratória.

Críticas e Controvérsias

A construção do "Alligator Alcatraz", erguido em apenas uma semana, gerou críticas de grupos ambientais e indígenas, que alegam violações de leis ambientais. O governo da Flórida, por sua vez, defende que o impacto é mínimo e que as críticas são motivadas politicamente. A instalação, que abriga até 5.000 imigrantes, utiliza a natureza como barreira contra fugas, cercada por jacarés e pítons.

Legisladores locais criticam o acesso restrito ao centro, chamando as visitas guiadas de "turismo sanitizado". Apesar das alegações de condições inadequadas, o governo estadual afirma que há fornecimento de água, comida e abrigo apropriados, garantindo que falhas pontuais são corrigidas rapidamente.