16 de jul 2025
Legislador correísta é denunciado por abuso sexual e propõe redução da idade de consentimento
As acusações de abuso sexual contra Santiago Díaz Asque abrem debate sobre impunidade e proteção de vítimas na política equatoriana.

Santiago Díaz, no plenário da Assembleia Nacional, Equador, em 21 de maio de 2025. (Foto: IVAN MATUTE)
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O asambleísta Santiago Díaz Asque, do partido Revolução Ciudadana, propôs uma reforma para permitir relações sexuais consensuais a partir dos 14 anos. A proposta, apresentada em julho, recebeu apoio de outros legisladores, mas logo foi ofuscada por uma grave acusação: Díaz foi denunciado por violação de uma menina de 12 anos, filha de uma militante de seu partido.
Após a denúncia, que veio à tona em 8 de julho, o legislador se declarou inocente e desapareceu. O partido decidiu expulsá-lo, considerando a acusação como um dos "crimes mais desprezíveis". A situação gerou um silêncio constrangedor entre os líderes da Revolução Ciudadana, incluindo Rafael Correa, que optou por não comentar o caso.
Reações Políticas
O governo de Daniel Noboa aproveitou a oportunidade para criticar a proposta de Díaz durante um debate sobre legislação ambiental. A legisladora Nataly Morillo questionou a bancada correísta sobre a falta de vergonha em apoiar uma reforma que relativizava o consentimento. A intervenção de Viviana Veloz, que compartilhou sua experiência como vítima de abuso sexual, trouxe um momento de reflexão ao plenário.
O presidente Noboa também se manifestou, propondo uma reforma constitucional para permitir a castração química de violadores. Essa proposta já está sendo avaliada pela Corte Constitucional, que decidirá sobre sua viabilidade legal. Organizações feministas criticaram a medida, argumentando que ela não aborda as causas da violência sexual e que é necessário um enfoque mais amplo em políticas de prevenção e educação.
Contexto Histórico
O caso de Díaz reabriu feridas na política equatoriana, lembrando episódios passados de impunidade em casos de abuso sexual. Em 2009, o governo correísta concedeu amnistia a um líder comunitário condenado por violação, e outros casos de abusos sexuais envolvendo figuras públicas também foram registrados sem consequências significativas.
Atualmente, o Ministério do Interior oferece uma recompensa de 100 mil dólares por informações sobre o paradeiro de Díaz, que se afastou da vida pública após as acusações. A situação continua a gerar debates sobre a proteção das vítimas e a responsabilidade dos políticos em casos de abuso.
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