18 de jul 2025
Ministros da Polônia e Hungria discutem relação de Budapeste com a Rússia
Tensão entre Polônia e Hungria aumenta após ministros trocarem ataques nas redes sociais e em meio a desentendimentos diplomáticos.

Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, na quarta-feira em uma coletiva de imprensa em Lublin. (Foto: Kuba Stezycki/REUTERS)
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A relação entre Polônia e Hungria, historicamente aliadas, se deteriorou após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022. O governo polonês, antes ultraconservador, se distanciou do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, devido à sua proximidade com Moscou. A mudança de governo na Polônia, em dezembro de 2023, para uma coalizão liberal liderada por Donald Tusk, acentuou ainda mais essa divisão.
Recentemente, os ministros de Exteriores dos dois países, Radoslaw Sikorski e Péter Szijjártó, trocaram ataques nas redes sociais. O desentendimento começou após Orbán justificar a invasão russa em uma entrevista, onde criticou também a União Europeia (UE). Ele afirmou que, embora Hungria se beneficie economicamente da permanência na UE, "teoricamente" poderia haver um ponto em que não valeria mais a pena fazer parte do bloco.
Sikorski respondeu, afirmando que Orbán transformou a Hungria no país mais pobre da UE e que sua relação com Putin tem saboteado a união europeia. O ministro polonês alertou que o nacionalismo e a corrupção levam a consequências graves. A reação de Szijjártó foi rápida, acusando Sikorski de perder o senso comum em favor de uma retórica bélica.
Tensão nas Relações Bilaterais
A tensão entre os dois países se intensificou ainda mais com a retirada do embaixador polonês em Budapeste, um passo sem precedentes nas relações entre eles. O vice-ministro húngaro, Levente Magyar, expressou preocupação com o deterioro das relações, mas esperou que a situação fosse temporária.
Além disso, a concessão de asilo político a um ex-ministro polonês acusado de corrupção por parte da Hungria foi considerada um ato hostil por Sikorski, que já havia anunciado que levaria o caso ao Tribunal de Justiça da UE. A relação entre os partidos ultraconservadores, PiS e Fidesz, que já havia esfriado, agora enfrenta um novo capítulo de desentendimentos e desconfiança.
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