EUA revogam vistos de Moraes e aliados do STF em medida polêmica de Trump

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou na noite de sexta-feira, 18, a revogação dos vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de seus familiares e aliados. A decisão, que tem efeito imediato, é uma resposta a ações judiciais que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente sob investigação e enfrentando medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Rubio justificou a revogação afirmando que as ações de Moraes promovem censura e violam direitos básicos. Ele destacou que o governo Trump "responsabilizará estrangeiros" que censuram a liberdade de expressão nos Estados Unidos. A medida foi descrita como parte de uma "caça às bruxas política" que não afeta apenas os brasileiros, mas também repercute entre cidadãos americanos.

Reação do Governo Brasileiro

O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, criticou a revogação dos vistos, considerando-a um ato arbitrário. Em nota, Messias reafirmou que a atuação do Judiciário brasileiro deve ser independente e que nenhum assédio político, especialmente de um Estado estrangeiro, deve intimidar suas decisões. Ele ressaltou que as ações de Moraes e do Procurador-Geral da República estão dentro dos limites constitucionais.

A tensão entre o Judiciário brasileiro e o governo dos EUA se intensificou após a imposição de medidas contra Bolsonaro. A revogação dos vistos levanta questões sobre a liberdade de expressão e a integridade do sistema democrático no Brasil, além de impactar as relações diplomáticas entre os dois países.

Contexto das Investigações

As investigações contra Bolsonaro incluem mandados de busca e apreensão, com a Polícia Federal atuando em sua residência e na sede do PL em Brasília. A situação reflete a polarização política atual e as preocupações sobre os limites da atuação judicial no Brasil. A decisão de Rubio pode ter implicações significativas nas relações entre Brasil e Estados Unidos, que já estão sob tensão.