EUA suspende vistos e afeta 8 dos 11 ministros do STF brasileiro

Os Estados Unidos suspenderam os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o relator da investigação que pode levar à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes. A decisão, anunciada na sexta-feira, 18, foi criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a considera uma violação da soberania brasileira.

A medida atinge também outros ministros, como Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também está na lista. Os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux não foram incluídos na suspensão.

Lula expressou solidariedade aos ministros afetados, afirmando que a ação dos EUA é "arbitrária e sem fundamento". Ele destacou que a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios de respeito entre as nações. O presidente enfatizou que nenhum tipo de intimidação comprometerá a defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil.

Reações e Implicações

A decisão dos EUA ocorre em um momento crítico, com a Polícia Federal instalando uma tornozeleira eletrônica em Bolsonaro, em cumprimento a uma ordem de Moraes. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, justificou a suspensão dos vistos alegando uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, também defendeu Moraes, afirmando que a atuação dos ministros está dentro dos limites do ordenamento jurídico e visa a preservação da democracia. Ele ressaltou que o exercício da jurisdição não deve sofrer assédio político, especialmente de um Estado estrangeiro.

A situação gera um clima de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com repercussões que podem afetar a política interna e a imagem do país no exterior.