20 de jul 2025
Congresso ignora demandas do país ao lidar com emendas parlamentares
Congresso destina R$ 54,2 bilhões em emendas para 2026, levantando preocupações sobre corrupção e alocação de recursos essenciais.

Fachada do Congresso Nacional, em Brasília (DF) (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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O Congresso Nacional destinará R$ 54,2 bilhões em emendas parlamentares para o ano de 2026, com 77% desse montante proveniente do Legislativo. Essa prática, que se tornou obrigatória desde 2015, levanta preocupações sobre a alocação de recursos em áreas prioritárias como saúde e educação.
A inserção das emendas na Constituição, em 2015, permitiu que parlamentares controlassem uma parte significativa do orçamento, o que tem gerado críticas sobre a disfuncionalidade do sistema. A execução das emendas tem sido vista como uma forma de o Legislativo assumir funções do Executivo, sem a devida responsabilização. Entre 2015 e 2024, as emendas consumiram R$ 173 bilhões a mais do que se tivessem sido corrigidas apenas pela inflação.
Uso Eleitoral e Corrupção
O uso eleitoral das emendas tem alimentado práticas clientelistas e o clientelismo, perpetuando carreiras políticas e desviando a atenção de políticas de interesse nacional. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o aumento das emendas na saúde pode resultar em problemas futuros na oferta de serviços, dificultando o financiamento de políticas que visem reduzir desigualdades.
A situação se agrava com a manobra do Congresso em relação a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucionais as emendas de relator em 2022. Ao transferir essas emendas para comissões, o Legislativo demonstra uma deslealdade aos princípios republicanos.
Desafios e Futuro das Emendas
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que as emendas não são intocáveis e podem ser cortadas. Contudo, sua credibilidade é questionada, dado o papel das emendas na obtenção de apoio político. O uso distorcido das emendas reflete um acinte ao espírito da Constituição e aos contribuintes, evidenciando a necessidade de uma reforma no sistema orçamentário.
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