Países europeus estabelecem diretrizes de sobrevivência para possível guerra com a Rússia

A Europa está se preparando para um cenário de insegurança crescente, impulsionado pelas tensões geopolíticas após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Governos de países como França, Alemanha e nações nórdicas estão implementando medidas de preparação para crises, incluindo a criação de manuais de sobrevivência e a expansão de abrigos antiaéreos.

Em Paris, moradores como Constantin Trantik, de 63 anos, expressam inquietação. Ele, que viveu em um país em guerra, começou a estocar alimentos e água. Na França, o governo planeja publicar um livreto com orientações para um kit de sobrevivência de 72 horas, embora a inclusão da palavra "guerra" ainda não esteja confirmada. Pierrette, um aposentado de 90 anos, acredita que o país não está preparado para um conflito.

O chefe do Estado-Maior-Geral das Forças Armadas, Thierry Burkhard, alertou que a Rússia pode representar uma ameaça real antes de 2030, designando a França como um adversário. Em resposta, o presidente Emmanuel Macron anunciou um aumento de € 3,5 bilhões no orçamento da Defesa para o próximo ano e mais € 3 bilhões até 2027. Durante o desfile militar do 14 de Julho, a presença de tanques e caças Rafale reforçou a mensagem de força.

Medidas em Todo o Continente

A União Europeia está incentivando os cidadãos a se prepararem para crises, recomendando o armazenamento de itens essenciais. A comissária Hadja Lahbib compartilhou dicas sobre o que incluir em uma bolsa de emergência, como rádio e alimentos enlatados. No Reino Unido, a Nova Estratégia de Segurança Nacional sugere que os cidadãos participem de exercícios de preparação para possíveis ataques.

Na Alemanha, o governo anunciou a expansão da rede de abrigos antiaéreos, transformando espaços como túneis e estacionamentos em locais seguros. Os países nórdicos, devido à proximidade com a Rússia, intensificaram a cooperação militar e aumentaram os gastos com defesa, com a Noruega planejando construir novos abrigos antiaéreos.

A Suécia, por sua vez, introduziu um ministro da Defesa Civil e tornou o serviço militar obrigatório para cidadãos entre 16 e 70 anos em caso de guerra. Na Finlândia, abrigos de defesa civil podem acomodar 86% da população, refletindo a seriedade com que os países nórdicos encaram a situação de segurança atual.