Bolsonaro exibe tornozeleira eletrônica e critica situação no Congresso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) exibiu publicamente a tornozeleira eletrônica pela primeira vez nesta segunda-feira, 21, durante uma visita ao Congresso Nacional. A medida foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e marca uma mudança na postura de Bolsonaro, que anteriormente se recusou a mostrar o dispositivo, considerando-o uma "máxima humilhação".

A exibição ocorreu em um momento de apoio de seus aliados, como os deputados Maurício do Vôlei (PL-MG) e André Fernandes (PL-CE), que compartilharam imagens nas redes sociais. Fernandes classificou a decisão do STF como a maior "injustiça" já cometida no Brasil. A exibição da tornozeleira foi interpretada como uma tentativa de Bolsonaro de transformar a restrição judicial em um símbolo político, mobilizando sua base eleitoral.

Antes de mostrar a tornozeleira, Bolsonaro havia se manifestado em entrevistas, afirmando que não pretendia exibi-la por se sentir constrangido. "Não matei, não trafiquei. Este aqui é o símbolo da máxima humilhação de uma pessoa inocente," declarou em meio a uma tumultuada saída da Câmara dos Deputados. A visita ao Congresso tinha como objetivo participar de uma coletiva de imprensa organizada por deputados da oposição, mas Bolsonaro desistiu de discursar após uma decisão do STF que limitou suas declarações nas redes sociais.

Desafios ao STF

Ao exibir a tornozeleira, Bolsonaro não apenas buscou inflamar seus apoiadores, mas também desafiou diretamente os ministros da Corte. "Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus," afirmou, reforçando sua narrativa de perseguição política. A situação evidencia a tensão entre o ex-presidente e o STF, além de acirrar os ânimos entre seus apoiadores e opositores.

As medidas cautelares que incluem o uso da tornozeleira eletrônica foram solicitadas pela Polícia Federal e aprovadas pela Procuradoria-Geral da República. Além do monitoramento, Bolsonaro enfrenta restrições como a proibição de contato com outros réus e o uso de redes sociais. A defesa do ex-presidente expressou indignação com as medidas, classificando-as como severas e desproporcionais.

A situação de Bolsonaro continua a ser monitorada, com desdobramentos esperados nas próximas semanas, à medida que ele navega por um cenário político e judicial complexo.