21 de jul 2025
Grandes empresas de tecnologia se unem à indústria militar em Silicon Valley
Empresas de tecnologia firmam contratos com o Departamento de Defesa dos EUA, ampliando a colaboração em inteligência artificial.
Andrew Bosworth, chefe de tecnologia da Meta, e Bob McGrew, ex-diretor da OpenAI e Palantir, juram seu posto após serem nomeados tenentes coronéis na reserva do Destacamento 201 do Exército dos EUA. (Foto: Leroy Council - Army Multimedia and Visual Information Division)
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Grandes empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, estão se aproximando do setor militar dos EUA, firmando contratos significativos com o Departamento de Defesa. Essa mudança ocorre em um contexto de crescente tensão global e a promessa de Donald Trump de investir um trilhão de dólares até 2026 na modernização das forças armadas, com foco em inteligência artificial (IA).
Recentemente, empresas como OpenAI, Google e Meta garantiram contratos que podem chegar a 200 milhões de dólares cada, para desenvolver capacidades avançadas de IA para o Pentágono. Essa nova dinâmica reflete uma mudança de postura das Big Tech, que anteriormente evitavam vínculos diretos com o complexo militar-industrial.
Convergência entre Tecnologia e Defesa
A criação do Detachment 201, um corpo de inovação executiva do exército dos EUA, é um exemplo dessa fusão. O grupo inclui executivos de tecnologia, como Adam Bosworth, da Meta, e Kevin Weil, da OpenAI. Essa troca de talentos indica uma diluição das fronteiras entre Silicon Valley e o Pentágono.
Além disso, empresas como Google e Microsoft estão adaptando suas políticas. O Google, por exemplo, removeu restrições em seu código de conduta que impediam o desenvolvimento de ferramentas para vigilância em massa. A Microsoft, por sua vez, tem fornecido tecnologia de IA e serviços de computação em nuvem para o exército israelense.
Questões Éticas e Protestos
A crescente colaboração entre o setor tecnológico e o militar levanta preocupações éticas. A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, destacou a interconexão entre empresas de tecnologia e sistemas de vigilância, caracterizando essa relação como parte de uma "economia de genocídio". Funcionários de empresas como Google e Microsoft têm protestado contra essa nova direção, resultando em demissões e tensões internas.
A mudança de postura das empresas reflete um novo contexto global, marcado por conflitos como a guerra na Ucrânia e a situação em Gaza. Essa nova realidade torna a relação entre tecnologia e defesa cada vez mais complexa, com implicações que vão além do fornecimento de serviços, afetando a segurança nacional e a ética no uso da tecnologia.
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