22 de jul 2025
Documentos do caso Epstein são divulgados, mas geram descontentamento geral
Departamento de Justiça dos EUA busca transparência no caso Epstein, mas especialistas duvidam da relevância das transcrições solicitadas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu a divulgação de parte dos documentos do caso Epstein. (Foto: Alex Brandon/AP)
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O Departamento de Justiça dos EUA solicitou a liberação das transcrições do grande júri relacionadas ao caso de Jeffrey Epstein e sua ex-namorada, Ghislaine Maxwell. O pedido, feito em 18 de agosto, visa aumentar a transparência sobre os crimes de Epstein, que se suicidou em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores. Maxwell, condenada em 2021, cumpre uma pena de 20 anos por seu papel nos crimes.
Especialistas, no entanto, acreditam que a divulgação das transcrições não trará novas informações significativas. A advogada Sarah Krissoff, ex-promotora assistente em Manhattan, descreveu o pedido como uma "distração", afirmando que o conteúdo das transcrições será limitado. Segundo ela, as apresentações do grande júri são geralmente breves e focadas apenas no que é necessário para obter uma acusação.
Joshua Naftalis, outro ex-promotor, corroborou a análise, afirmando que as transcrições podem ter apenas algumas centenas de páginas e não revelarão detalhes substanciais. Ele destacou que as testemunhas geralmente são agentes federais que resumem suas entrevistas, o que limita a profundidade das informações disponíveis.
Implicações Legais
A solicitação do Departamento de Justiça ocorre em meio a críticas sobre a falta de novos documentos na investigação de Epstein. O procurador-geral adjunto Todd Blanche defendeu a transparência, mas especialistas como Cheryl Bader, professora de direito penal, alertaram que a liberação de informações deve ser feita com cautela, especialmente considerando a natureza sensível do caso, que envolve vítimas menores de idade.
A decisão sobre o pedido pode levar semanas ou meses, e os juízes envolvidos devem considerar o impacto sobre as vítimas e a proteção de suas identidades. A pressão pública por mais informações pode não ser suficiente para convencer os juízes a liberar as transcrições, que são protegidas por sigilo.
A situação é ainda mais complexa devido à recente demissão da procuradora assistente Maurene Comey, que trabalhou nos casos Epstein e Maxwell. A influência política no caso, especialmente por parte de figuras como Donald Trump, levanta preocupações sobre a integridade do processo judicial, conforme observado por ex-promotores que temem por possíveis repercussões em suas carreiras.
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