Governador do RJ busca nomear Eduardo Bolsonaro para nova secretaria e salvar mandato

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está considerando a nomeação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para uma nova secretaria especial em seu governo. A proposta visa evitar a cassação do mandato do deputado, que está sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por coação e obstrução de justiça. Castro fez consultas em Brasília sobre a viabilidade da ideia, que poderia permitir que Eduardo se licenciasse novamente, afastando o risco de perder seu cargo.

Eduardo, que se encontra nos Estados Unidos, tem trabalhado para pressionar o governo de Donald Trump a aumentar as sanções contra ministros do STF. Ele retornou ao Brasil após uma licença parlamentar de 120 dias, que terminou no último domingo (20), mas corre o risco de ser cassado devido a faltas não justificadas. A nomeação para a secretaria, que seria criada especificamente para ele, poderia permitir que Eduardo se afastasse novamente do cargo.

Implicações Jurídicas

No entanto, a proposta enfrenta desafios jurídicos. A nomeação de Eduardo poderia ser interpretada como uma tentativa de facilitar a prática dos crimes pelos quais ele é acusado. Ministros do STF já alertaram que essa manobra não seria bem recebida na Corte. Além disso, a possibilidade de Eduardo ser nomeado para cargos em outros estados, como São Paulo ou Santa Catarina, também foi discutida por aliados.

Castro, que busca fortalecer sua relação com a família Bolsonaro, já foi alertado sobre os riscos legais da nomeação. A ideia surgiu após conversas com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Eduardo, que enfatizou a necessidade de proteger o mandato do deputado. A movimentação de Castro é vista como uma tentativa de consolidar sua posição política, especialmente após tensões recentes com a família Bolsonaro.

Repercussões Políticas

A proposta de nomeação gerou reações no cenário político. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou um pedido no STF para impedir que Eduardo assuma qualquer cargo público, argumentando que a manobra visa garantir uma "sustentação financeira irregular". A situação permanece tensa, com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) também sendo um fator crucial, já que mudanças nas regras de posse de secretários exigiriam aprovação legislativa.

A movimentação de Castro, embora ainda não confirmada oficialmente, é vista como uma tentativa de se posicionar como um aliado fiel de Bolsonaro. A situação continua a se desenrolar, com desdobramentos que podem impactar tanto a política estadual quanto a nacional.