23 de jul 2025
Exército implementa ética em cursos e restringe autonomia de jovens soldados
Exército brasileiro reestrutura Comando de Operações Especiais e implementa novas normas éticas após crise de confiança e investigações.

O general Tomás Paiva assumiu o comando do Exército no início de 2023, após crise de desconfiança entre o presidente Lula (PT) e o general Julio César Arruda (Foto: Pedro Ladeira - 22.ago.24/Folhapress)
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O Comando do Exército brasileiro passa por uma reforma significativa no Comando de Operações Especiais, liderada pelo general Tomás Paiva. A mudança, que ocorre após a crise de desconfiança entre o presidente Lula e o general Julio César Arruda, visa integrar melhor as operações psicológicas e responder a investigações sobre tentativas de golpe em 2022.
A portaria assinada por Paiva transferiu o Batalhão de Operações Psicológicas para o Comando Militar do Planalto, reduzindo a autonomia dos chamados "kids pretos", que são os militares de elite do Exército. Essa decisão foi justificada como uma forma de integrar as operações psicológicas ao restante da Força, embora haja críticas sobre a real motivação por trás da mudança.
Além da reestruturação, o Exército implementou novas disciplinas éticas nos cursos de formação, como ética profissional e liderança militar. Essa iniciativa surgiu após investigações da Polícia Federal que indicaram que alguns militares tentaram usar operações psicológicas contra generais que se opuseram a propostas golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Reformulação das Forças Especiais
Um grupo de 21 militares se reuniu para discutir a reformulação das Forças Especiais, resultando em sugestões que incluem a atualização dos processos de seleção para os cursos de formação. Agora, a entrada no batalhão de elite será mais rigorosa, exigindo um tempo mínimo de serviço na Força. Essa mudança visa limitar o acesso de oficiais mais novos e reduzir o número de militares nas Operações Especiais.
A insatisfação entre os kids pretos é crescente, especialmente após a divulgação da lista de promoções de generais, na qual apenas um membro desse grupo foi promovido entre as 11 vagas disponíveis. A cúpula do Exército, composta por 17 generais, também não conta mais com representantes dos kids pretos, refletindo um esvaziamento de sua influência em meio às investigações em curso.
Os kids pretos, conhecidos por sua formação intensa e táticas não convencionais, enfrentam um momento de incerteza e reestruturação. A nova abordagem do Comando do Exército busca não apenas integrar, mas também garantir que os valores éticos sejam priorizados, em resposta a um contexto de desconfiança e investigações que abalaram a instituição.
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