São Paulo concentra 20% dos roubos de celular no Brasil, com alta de furtos

O roubo de celulares em São Paulo continua a ser um problema alarmante, com a cidade concentrando 18,5% dos casos registrados no Brasil, apesar de representar apenas 5,6% da população nacional. Em 2024, houve uma redução de 17,1% nos roubos, mas a criminalidade se tornou mais organizada, com gangues aplicando golpes virtuais e extorsões após os furtos.

Dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, a cada cinco ocorrências de furto ou roubo de celular, uma acontece na capital paulista. A cidade possui a terceira maior taxa do país, com 1.525 registros por 100 mil habitantes. Especialistas apontam que a popularização do Pix e de aplicativos de transferência torna o roubo de celulares ainda mais lucrativo para os criminosos.

A Nova Dinâmica do Crime

Os criminosos têm se adaptado, utilizando os dados pessoais das vítimas para aplicar golpes. Após o roubo, o foco é acessar informações bancárias e senhas. Se o celular estiver bloqueado, os ladrões podem optar pela revenda das peças ou pela exportação do dispositivo. A Rua Guaianases, na região da Cracolândia, é um dos centros de atuação dos receptadores.

Em 2024, 79,6% dos roubos ocorreram em via pública, com picos de atividade entre 6h e 8h e 19h e 20h. A maioria das vítimas são homens entre 20 e 39 anos, e mais de 60% são negros. A situação é preocupante, já que os registros de receptação caíram 7,3%, o que indica uma falha nas investigações.

Casos de Extorsão

Recentemente, vítimas como Ana Paula Alcantara relataram experiências de extorsão após terem seus celulares furtados. Após o roubo, seus grupos de WhatsApp foram invadidos, e os criminosos pediram dinheiro a amigos como se fossem pedidos dela. A situação demonstra como a criminalidade se tornou mais sofisticada e agressiva.

A Polícia Militar de São Paulo tem intensificado operações, como a Big Mobile, que já recuperou mais de 27 mil aparelhos. Além disso, uma nova ferramenta em parceria com o Google permite o bloqueio remoto de celulares subtraídos. Contudo, especialistas afirmam que as forças de segurança precisam melhorar a articulação entre policiamento ostensivo e investigativo para combater essa onda de crimes.