Eduardo critica Nikolas por falta de engajamento na defesa de Bolsonaro

A atuação discreta de Nikolas Ferreira nas redes sociais tem gerado incômodo entre aliados de Jair Bolsonaro. O deputado federal, que se destacou como a figura mais votada do país em 2022 e é central na militância digital bolsonarista, não conseguiu o protagonismo esperado após a recente operação da Polícia Federal que mirou o ex-presidente.

Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, expressou publicamente sua insatisfação em entrevista à Revista Oeste, sugerindo que Nikolas poderia ser mais ativo na defesa das ações da direita e no enfrentamento ao Judiciário. Ele afirmou: "Se ele pudesse ser mais ativo nas redes sociais, acho que ajudaria muito". Apesar de ter publicado diversos conteúdos, a comunicação de Nikolas foi considerada tímida, especialmente em comparação a mobilizações anteriores.

Nos bastidores, há quem critique a falta de engajamento de Nikolas, que, segundo alguns, "ajuda muito quando quer". A expectativa era de que ele liderasse uma mobilização digital semelhante à crise do Pix, em janeiro, quando viralizou com um vídeo que superou 335 milhões de visualizações. Na última segunda-feira, sua breve viagem a Brasília para apoiar Bolsonaro foi vista como um sinal de distanciamento por colegas que permaneceram na capital.

Reações e Defesas

Embora o desconforto cresça entre os aliados, nem todos compartilham das críticas. O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, defendeu Nikolas, afirmando que ele está "montando estratégia, padronizando, unificando" e fazendo um "trabalho incrível". Para ele, é natural que existam divergências de percepção em momentos de crise.

Interlocutores próximos a Nikolas também negam qualquer afastamento. Eles ressaltam que o deputado se manteve engajado, citando sua reação à operação da PF com uma publicação irônica e um vídeo de quase 14 minutos, onde questiona a legalidade das medidas contra Bolsonaro. Nikolas criticou a atuação do STF e insinuou que há um projeto para inviabilizar politicamente o ex-presidente.

A pressão sobre as lideranças digitais do bolsonarismo aumenta, especialmente diante do avanço das investigações da PF e das decisões do STF. A reportagem tentou contato com Nikolas Ferreira e sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço permanece aberto para manifestação.